O mentor e comunicador Elton Euler chama atenção para um ponto importante: muitas vezes tentamos assumir problemas que não foram criados por nós. Ajudar alguém pode até aliviar a dor momentânea, mas não resolve a origem da questão. Isso vale para dívidas, relações abusivas ou frustrações pessoais.
Segundo ele, quando nos envolvemos em dificuldades que não são nossas, corremos o risco de carregar pesos emocionais que impedem nosso crescimento. Para Elton, só é possível realmente mudar a própria vida quando direcionamos energia para planos e projetos, e não apenas para proteger os outros de suas escolhas.
Por que não conseguimos resolver problemas alheios?
Elton explica que cada problema tem uma “utilidade” para quem o carrega. Por exemplo, uma dívida pode representar uma lição financeira, enquanto um relacionamento ruim pode indicar questões emocionais não resolvidas. Quando tentamos resolver isso no lugar da pessoa, não eliminamos a raiz da situação.
É possível ajudar momentaneamente, como transferir dinheiro para um parente endividado, mas isso não muda o comportamento que levou à dívida. Resolver de fora não ensina, apenas alivia temporariamente.
Qual é o perigo de se prender apenas aos problemas?
Compartilhar apenas os problemas sem mostrar esforços de mudança pode ser um mecanismo inconsciente para prender o outro na dor. Isso cria relações baseadas em vitimização, onde não há espaço para evolução ou novos projetos.
Segundo Elton, se a conversa gira apenas em torno de dificuldades, sem planos de transformação, ela tende a desgastar. É por isso que ele propõe trocar o foco: menos proteção para problemas e mais energia em sonhos e metas.
Como diferenciar apoio de responsabilidade?
Dar apoio significa ouvir, acolher e incentivar. Mas assumir a responsabilidade pelo que não criamos pode se tornar um fardo injusto. A diferença está em oferecer suporte sem tomar para si a função de resolver.

Elton reforça que cada pessoa deve responder por seus próprios erros e conquistas. Assim como ninguém pode resolver todos os nossos problemas, também não conseguimos resolver os dos outros.
Qual a importância de falar sobre sonhos e projetos?
Para o especialista, relacionamentos saudáveis — sejam pessoais ou profissionais — precisam ser baseados em projetos, metas e sonhos compartilhados. É isso que dá sentido à convivência e fortalece os vínculos.
Quando as conversas giram em torno de crescimento, os laços se tornam mais produtivos e leves. Já quando se limitam a queixas e problemas sem ação, acabam drenando energia e afastando oportunidades.
Como aplicar esse aprendizado no dia a dia?
O primeiro passo é observar as conversas e perceber se estão mais focadas em queixas ou em planos. Se o foco for apenas em problemas que não dependem de você, é hora de se posicionar e estabelecer limites.
Aprender a dizer não é também aprender a preservar energia para investir em sua própria vida. Afinal, cada um deve cuidar do que cria — e ninguém pode resolver no seu lugar aquilo que é da sua responsabilidade.
Fontes oficiais
- Organização Mundial da Saúde (OMS) — https://www.who.int
- Ministério da Saúde (Brasil) — https://www.gov.br/saude
- Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) — https://www.paho.org