O consumo de energéticos cresceu muito nos últimos anos, principalmente entre jovens e adultos que buscam mais disposição para estudar, trabalhar ou treinar. No entanto, transformar essa bebida em hábito diário pode trazer sérios riscos para a saúde — mesmo quando parece algo inofensivo.
O nutricionista Matheus D’Avila alerta que beber energético como se fosse água pode ser prejudicial ao coração, ao sono, ao fígado e até ao equilíbrio emocional. Isso porque a combinação de açúcar, cafeína e outros estimulantes cria um efeito cumulativo que o corpo não consegue sustentar por muito tempo.
Qual o impacto do açúcar nos energéticos?
Grande parte dos energéticos contém altas doses de açúcar, muitas vezes superiores às encontradas em refrigerantes. Esse excesso favorece o aumento de peso, resistência à insulina e maior risco de diabetes tipo 2. Além disso, provoca picos de energia seguidos de quedas bruscas, deixando o corpo ainda mais cansado.
Café + energético: por que a cafeína vira um problema?
Uma lata isolada pode até não parecer um risco, mas quando somada a duas ou três latas ao dia, mais o café consumido normalmente, a dose de cafeína se torna viciante e perigosa. Isso pode causar palpitações, aumento da ansiedade, tremores e até crises de insônia.
O que acontece com o sono e o sistema nervoso?
A cafeína e substâncias como taurina e guaraná interferem na regulação do sono. O resultado é uma qualidade de descanso muito baixa, que gera cansaço crônico e necessidade de mais estimulantes no dia seguinte. Esse ciclo acaba sobrecarregando o sistema nervoso, levando à irritabilidade e queda na performance cognitiva.
Os energéticos afetam fígado e rins?
Sim. Com o uso diário, os rins trabalham em excesso para eliminar as toxinas e o excesso de cafeína, enquanto o fígado precisa metabolizar substâncias químicas presentes na fórmula dos energéticos. O problema piora quando a pessoa não consome água suficiente, já que muitos substituem a hidratação básica pela bebida.

Como reduzir o consumo sem sofrer?
A recomendação dos especialistas é evitar o consumo diário. Se possível, troque os energéticos por alternativas mais seguras, como hidratação adequada, alimentação equilibrada e sono de qualidade. Em casos de dependência, é importante reduzir aos poucos para não sofrer com sintomas de abstinência.
Beber energético eventualmente pode não trazer grandes riscos, mas transformar isso em hábito diário é um convite para sérios problemas de saúde. Priorizar água, sono adequado e bons hábitos alimentares é sempre a melhor escolha.
Fontes oficiais:
- Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
- Sociedade Brasileira de Cardiologia – https://www.cardiol.br
- PubMed (Energy drinks and health risks) – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27255705/