A arborização urbana vai muito além da estética. As árvores nas cidades desempenham papéis cruciais para a saúde pública, qualidade do ar e controle climático. Apesar disso, diversas regiões brasileiras enfrentam um processo de redução da cobertura vegetal em áreas urbanas.
- Ranking revela as cidades com mais vegetação em números absolutos e relativos
- Goiânia foi reconhecida como a cidade mais arborizada do mundo pela ONU
- Árvores reduzem temperatura, poluição e até protegem a saúde mental
Quais são as cidades mais arborizadas do Brasil em área total
De acordo com dados do MapBiomas de 2024, algumas capitais brasileiras concentram grande quantidade de vegetação urbana em números absolutos. São áreas que incluem parques, praças, jardins e fragmentos de mata nativa dentro do perímetro urbano.
As dez cidades com maior área de vegetação urbana são:
- Rio de Janeiro (RJ): 12.844 ha
- São Paulo (SP): 11.814 ha
- Brasília (DF): 10.256 ha
- Curitiba (PR): 6.190 ha
- Manaus (AM): 6.105 ha
- Salvador (BA): 5.557 ha
- Campinas (SP): 4.894 ha
- Belo Horizonte (MG): 4.285 ha
- São Luís (MA): 4.154 ha
- Fortaleza (CE): 3.956 ha
Cidades com maior porcentagem de vegetação em relação à área urbana
Quando se observa a proporção entre vegetação e área urbanizada, municípios de menor porte se destacam com altos índices de cobertura verde.
- Santa Cruz do Arari (PA): 71%
- Santo Antônio do Içá (AM): 62%
- São Paulo de Olivença (AM): 61%
- Jaguaripe (BA): 57%
- Benjamin Constant (AM): 54%
- Salvaterra (PA): 52%
- Santa Luzia D’Oeste (RO): 50%
- Atalaia do Norte (AM): 47%
- Guajará (AM): 44%
- Cacequi (RS): 44%
Goiânia é destaque internacional em arborização urbana
A cidade de Goiânia, capital de Goiás, foi reconhecida pela ONU como a cidade mais arborizada do mundo. A capital conta com cerca de 1 milhão de árvores distribuídas em 32 parques e bosques, segundo levantamento de 2024.

Esse reconhecimento reforça a importância de políticas públicas voltadas para a preservação ambiental nas cidades.
Por que a vegetação urbana faz tanta diferença no dia a dia
Segundo o arquiteto e urbanista Marcos Costa, a presença de árvores nas cidades reduz a poluição do ar, melhora a umidade e ajuda a controlar a temperatura ambiente.
“A sombra e a evapotranspiração promovidas pelas árvores contribuem para reduzir os impactos das enchentes e do calor extremo”, afirma o especialista da FAAP.
Benefícios das árvores vão além da saúde física
Para o professor Marcos Buckeridge, da USP, as árvores também afetam diretamente o bem-estar psicológico. Elas promovem um ambiente mais agradável e reduzem os efeitos do estresse urbano.
“Sem as árvores, o ar fica mais seco, a temperatura sobe e a poluição aumenta. Além disso, a presença de áreas verdes está diretamente relacionada à melhora da saúde mental”, ressalta Buckeridge.
Cegueira botânica é uma ameaça à preservação urbana
O termo cegueira botânica se refere à falta de percepção das pessoas em relação à presença das árvores no ambiente urbano. Mesmo estando ali todos os dias, muitas vezes elas passam despercebidas.
“Só nos damos conta do impacto das árvores quando elas desaparecem. O calor aumenta, o ar resseca e a saúde da população piora”, explica Buckeridge, vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP.
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Mais árvores, mais qualidade de vida urbana
Investir em arborização urbana é investir na saúde e no bem-estar coletivoagradáveis para se viver.
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