Os procedimentos anestésicos desempenham um papel crucial na medicina moderna, oferecendo conforto e eliminação da dor durante intervenções cirúrgicas e terapêuticas. A Anestesia é classificada em diferentes tipos, cada um com suas especificidades e indicações, variando conforme o procedimento a ser realizado e as condições do paciente. Essas classificações contemplam Anestesia local, regional, geral e sedação, cada qual com seus métodos e aplicações.
Como funciona a Anestesia local e regional?
A Anestesia local é frequentemente utilizada em procedimentos médicos de pequeno porte, como extrações dentárias, remoção de verrugas, além de, atualmente, ser um recurso seguro e eficaz para tratar cistos, lipomas e diversas lesões de pele. Hoje, com o avanço das técnicas e medicamentos anestésicos, é possível solucionar esses problemas de forma rápida, indolor e com alta no mesmo dia. Seu objetivo é bloquear os nervos na área específica, impedindo que o paciente sinta dor, enquanto permanece geralmente acordado. Quando necessário, pode ser complementada com uma leve sedação para maior conforto. Boas práticas incluem o uso de lidocaína com ou sem adrenalina, tamponamento para reduzir a dor da infiltração e ajuste da dose conforme o peso e a área tratada, sempre observando sinais precoces de toxicidade
A Anestesia regional abrange apenas uma porção do corpo e é geralmente aplicada em cirurgias mais complexas, como partos ou intervenções na pelve e abdome inferior. Os tipos mais comuns são a peridural e a raquidiana. Na peridural, o paciente mantém-se consciente, com insensibilidade na metade inferior do corpo. A raquidiana, por sua vez, proporciona um efeito mais rápido e intenso, resultando na perda temporária da função motora da área afetada. Bloqueios periféricos também são usados em cirurgias ortopédicas e de membros superiores e inferiores, permitindo analgesia e recuperação rápidas.
Anestesia Geral: Quando é necessária?
A Anestesia geral induz o paciente a um estado de inconsciência, sem reflexos e sem percepção da cirurgia. É caracterizada por ser administrada em procedimentos mais longos e complexos, garantindo que o paciente fique imóvel e não sinta dor. O risco de despertar durante a cirurgia, conhecido como ‘awareness’, é raro — ocorre em cerca de 0,1–0,2% dos pacientes em geral e pode chegar a 1% em grupos de alto risco. O anestesiologista monitora continuamente funções vitais e profundidade anestésica, utilizando quando necessário monitores específicos para reduzir ainda mais esse risco.
Sedação: como se difere da Anestesia?
A sedação, muitas vezes confundida com Anestesia, refere-se ao uso de medicamentos que induzem diferentes níveis de relaxamento e sono, compondo o ‘continuum da sedação’. A sedação mínima (ansiolítica) mantém o paciente consciente e responsivo. A sedação moderada reduz a consciência, exigindo monitorização rigorosa. A sedação profunda coloca o paciente em estado quase inconsciente, respondendo apenas a estímulos dolorosos e necessitando de suporte de oxigênio. Cada tipo é indicado conforme o procedimento, indo de exames e odontologia até biópsias e pequenos procedimentos cirúrgicos.

Riscos e Segurança da Anestesia
Embora extremamente segura atualmente, a Anestesia envolve riscos. A mortalidade atribuível exclusivamente à Anestesia em sistemas modernos é muito baixa — menos de 1,0 caso por 100.000 procedimentos — reflexo do avanço tecnológico e da qualificação profissional. No caso de procedimentos ambulatoriais, este índice é mal documentado por ser extremamente raro, mas alguns estudos sugerem uma taxa próxima de 1,0 caso por milhão. Consultas pré-anestésicas são essenciais para adaptar o plano às condições individuais, revisar doenças e medicamentos, avaliar a via aérea e garantir que o paciente esteja em jejum e orientado. Essa avaliação deve ser feita com antecedência e atualizada até 48h antes do procedimento.
Conclusão
Em suma, embora a Anestesia possa causar apreensão em alguns pacientes, seu desenvolvimento tem sido um dos pilares da medicina moderna, permitindo a execução de procedimentos que seriam impossíveis ou extremamente dolorosos, garantindo segurança e conforto aos pacientes durante a realização de intervenções cirúrgicas e terapêuticas. Graças aos avanços recentes, intervenções simples em cistos, lipomas e lesões de pele podem ser realizadas facilmente sob Anestesia local, tornando popular a busca por tratamentos menos invasivos e com rápida recuperação.