A forma como nos relacionamos mudou muito nos últimos anos. Com a chegada das redes sociais, do excesso de informações e até de “regras” ditadas por coaches de comportamento, muitas pessoas já não sabem mais como se portar diante dos outros. Essa falta de naturalidade tem gerado insegurança em situações simples, como conversar, se apresentar em um ambiente novo ou até em um encontro afetivo.
Para a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, a chave para relações mais saudáveis e verdadeiras está na autenticidade. A individualidade é um traço único do ser humano e, quando é sufocada por padrões artificiais de comportamento, a conexão com os outros perde força. Afinal, é justamente o jeito único de ser que desperta admiração, respeito e até paixão nas pessoas.
Por que estamos perdendo a naturalidade nas relações?
Muitos jovens entram no mercado de trabalho sem uma bagagem de experiências sociais reais. Ao mesmo tempo, recebem orientações excessivas sobre “como se comportar”, o que cria uma sensação de artificialidade. O medo de errar e a busca por seguir manuais de conduta acabam inibindo a espontaneidade.
O papel da individualidade nas conexões humanas
Cada pessoa tem traços únicos de personalidade, histórias de vida e formas de se expressar. Essa diversidade é o que torna as relações ricas e genuínas. Quando todos seguem um mesmo “script” de comportamento, perde-se a essência da comunicação. Segundo Ana Beatriz Barbosa, é justamente a individualidade que gera empatia e desperta interesse nos vínculos afetivos e profissionais.
A influência da vida profissional na vida afetiva
Muitos ainda acreditam que o modo como agem no ambiente profissional não interfere em seus relacionamentos pessoais, mas isso é um equívoco. A insegurança adquirida no trabalho, como medo de se posicionar ou receio de não parecer “adequado”, pode ser levada para os relacionamentos amorosos e familiares. Com o tempo, isso prejudica a construção de vínculos baseados na confiança.

O perigo de seguir padrões artificiais de comportamento
O excesso de regras externas pode transformar a convivência em algo mecânico, quase como uma interação entre inteligências artificiais. Quando todos buscam parecer perfeitos, as relações ficam frias e superficiais. O risco é grande: perder a capacidade de sentir, se emocionar e se conectar verdadeiramente.
Como resgatar a autenticidade no dia a dia?
O primeiro passo é valorizar a própria história e aprender a reconhecer que os erros fazem parte do processo de amadurecimento. Além disso, praticar a escuta ativa, expressar opiniões de forma respeitosa e aceitar a vulnerabilidade são atitudes que fortalecem a naturalidade nos vínculos. O autoconhecimento é a base para agir com segurança sem abrir mão da essência pessoal.
FAQ sobre autenticidade nas relações
1. É possível ser autêntico sem parecer rude?
Sim. A autenticidade não significa falar tudo sem filtro, mas sim agir de acordo com seus valores e sentimentos, mantendo empatia e respeito pelo outro.
2. O excesso de redes sociais atrapalha a autenticidade?
Em parte, sim. A comparação constante e a pressão por aprovação podem estimular comportamentos artificiais. Usar as redes de forma consciente ajuda a preservar a naturalidade.
3. Como o autoconhecimento contribui para relações mais genuínas?
Quando uma pessoa se conhece, identifica melhor suas emoções e necessidades, evitando se moldar apenas para agradar aos outros. Isso gera relações mais equilibradas.
Fontes oficiais
- American Psychological Association (APA) – Authenticity and Well-being: https://www.apa.org
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Saúde Mental e Bem-Estar: https://www.who.int
- Harvard Business Review – The Power of Authenticity: https://hbr.org