Nos últimos anos, desafios como “30 dias sem açúcar” ou “90 dias sem pão” ganharam popularidade nas redes sociais, prometendo transformar o corpo e até melhorar a saúde de forma rápida. Apesar de parecerem uma solução simples, esses métodos levantam dúvidas sobre sua real eficácia e sobre o impacto emocional que podem causar.
A nutricionista Isabella Lacerda alerta que restringir alimentos de forma radical não é o caminho para a maioria das pessoas. Mais do que uma questão de dieta, estamos falando de comportamento, emoções e da maneira como nos relacionamos com a comida no dia a dia.
Exclusão alimentar não é para todos
Isabella ressalta que não está falando de pessoas com diagnóstico médico, como diabetes tipo 2, resistência insulínica ou síndrome do intestino irritável. Nesses casos, a restrição de determinados alimentos pode ser necessária e faz parte do tratamento clínico.
O problema é quando indivíduos saudáveis entram nesses desafios sem orientação e acreditam que apenas eliminar um grupo alimentar trará resultados duradouros.
O verdadeiro problema: comportamento e emoção
Segundo Isabella, comer uma barra de chocolate inteira não significa “vício”, mas sim um hábito ligado ao conforto emocional. Muitas pessoas usam a comida como refúgio após um dia estressante.

Quando se retira esse alimento da rotina sem oferecer alternativas, o que fica é um vazio emocional. Isso pode levar a episódios de compulsão, em que o indivíduo, após um período de abstinência, consome ainda mais do que antes.
Aprender a viver com equilíbrio
Para a nutricionista, o caminho não está na exclusão total, mas sim na moderação e consciência.
- Substituir a barra inteira por apenas dois quadradinhos de chocolate.
- Identificar os momentos em que a comida é usada como escape emocional.
- Criar novos hábitos que tragam prazer e relaxamento sem envolver excessos alimentares.
Essa abordagem busca ensinar o autocontrole e promover uma relação mais saudável com a comida, sem sofrimento desnecessário.
Fontes oficiais
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Diretrizes sobre nutrição e saúde: https://www.who.int
- Harvard T.H. Chan School of Public Health – Healthy Eating Plate & Nutrition: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource
- American Psychological Association (APA) – Emotional eating and coping mechanisms: https://www.apa.org