Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no número de jovens brasileiros, entre 18 e 25 anos, que buscam negociar suas dívidas. De acordo com dados recentes da plataforma Serasa Limpa Nome, houve um crescimento de 49% nessa faixa etária, destacando a importância da educação financeira para a Geração Z. Em 2025, cerca de 1,5 milhão de jovens no Brasil optaram por regularizar suas situações financeiras nos primeiros sete meses.
A entrada precoce dos jovens no mercado de crédito e o fácil acesso a cartões e empréstimos digitais contribuem para esse universo. Aliado a isso, nota-se também a influência das redes sociais, que têm desempenhado papel relevante na disseminação de conteúdos sobre organização financeira e troca de experiências sobre negociação de dívidas. Esse cenário estimula uma geração mais consciente, que busca evitar o endividamento excessivo e prioriza a regularização de seu nome.
O papel da educação financeira na geração Z

A crescente participação dos jovens em negociações de dívidas sublinha a eficiência dos programas de educação financeira. Pesquisas indicam que 55% dos jovens entre 18 e 29 anos já assumiram a responsabilidade por seus gastos mensais, com 39% contribuindo ou dividindo despesas domésticas. Esses dados refletem uma geração mais madura financeiramente, que prioriza o pagamento de contas e a quitação de dívidas.
O incentivo à educação financeira por entidades públicas e privadas tem promovido maior autonomia entre os jovens, além de reduzir o estigma em relação à negociação de débitos. Além disso, escolas e universidades passaram a inserir temas de finanças pessoais em suas grades curriculares, preparando os jovens para enfrentar desafios econômicos e tomar decisões mais conscientes acerca do próprio dinheiro.
Quais são as principais causas da inadimplência no Brasil?
No Brasil, a inadimplência é um desafio significativo, com julho de 2025 registrando 78,16 milhões de pessoas nessa condição. Este é um número recorde para o ano e para a série histórica da Serasa. As dívidas somam impressionantes R$ 482 bilhões, com o valor médio por débito chegando a R$ 1.570,17.
Bancos e cartões de crédito são os principais responsáveis pela inadimplência, correspondendo a 27,2% das dívidas. Seguidores imediatas estão as contas de serviços básicos como água, luz e gás, que representam 20,6% das pendências, e financeiras que oferecem crédito, mas não atuam como bancos, responsáveis por 19,47% das dívidas. Fatores como desemprego, orçamento apertado, falta de planejamento e impulsividade no consumo também contribuem para esse cenário preocupante.
Impacto regional e desafios futuros
Em Minas Gerais, a situação é similar ao restante do país, com mais de 7 milhões de pessoas inadimplentes, o que representa 44,60% da população do estado. Apesar dos jovens representarem uma menor parcela de inadimplentes, observa-se um crescimento em todas as faixas etárias. Os dados evidenciam sete meses consecutivos de alta na inadimplência, após a última queda registrada em dezembro de 2024.
Diante desse panorama, cresce o desafio de expandir as iniciativas de educação financeira e de renegociação de dívidas para regiões mais carentes. Estratégias como feirões de renegociação, programas regionais e parcerias com ONGs têm sido alternativas para promover o acesso à informação e melhorar a relação da população com o crédito e o consumo.
Tecnologia e inovação na gestão financeira dos jovens
O avanço das fintechs e aplicativos de gestão financeira trouxe facilidades adicionais para que jovens acompanhem de perto seus gastos, organizem seus orçamentos e simulem negociações de dívidas de modo rápido e seguro. A digitalização dos serviços reduz barreiras de acesso à informação financeira e incentiva atitudes mais conscientes em relação ao uso do dinheiro.
Além disso, plataformas digitais de renegociação tornaram o processo mais transparente, ágil e acessível, contribuindo para o aumento do número de jovens que optam por regularizar sua situação financeira. Isto demonstra como a tecnologia desempenha papel fundamental na transformação do comportamento financeiro dessa geração.
Perspectivas para a educação financeira e a juventude
A crescente conscientização dos jovens sobre a importância do controle financeiro aponta para um futuro onde a educação financeira desempenhará um papel ainda mais preponderante. A mitigação de dívidas e a busca por educação financeira indicam uma transformação no comportamento econômico das gerações mais novas, que pode resultar em uma sociedade mais economicamente estável.
Com o aumento de iniciativas voltadas para esse público, espera-se uma integração ainda maior entre educação, tecnologia e acesso a mecanismos de negociação, inspirando novas gerações a adotar práticas financeiras mais responsáveis. O engajamento crescente da Geração Z cria expectativa de que, no futuro, a inadimplência seja reduzida e uma cultura de planejamento financeiro seja efetivamente consolidada no Brasil.