Para muitas pessoas, a primeira dúvida ao falar sobre alimentação saudável é: “preciso cortar o açúcar do café?”. Afinal, aquele pouquinho de açúcar na xícara da manhã ou da tarde parece inofensivo. E, de fato, em termos calóricos, essa quantidade isolada não é o grande vilão da saúde.
O problema, segundo especialistas em nutrição e metabolismo, não é exatamente o açúcar em si, mas sim a manutenção do paladar adocicado. Esse hábito constante reforça a busca por mais doces e carboidratos ao longo do dia, criando um ciclo difícil de quebrar.
O açúcar no café realmente prejudica a saúde?
Colocar uma pequena colher de açúcar no café, isoladamente, não é o que causa obesidade, diabetes ou outras doenças. O impacto maior está no efeito comportamental: o café adoçado mantém o cérebro condicionado ao sabor doce, aumentando o desejo por outros alimentos ricos em açúcar e farinhas refinadas.
Trocar açúcar por adoçante resolve o problema?
Na prática, não. O adoçante pode reduzir calorias, mas não rompe o ciclo do paladar adocicado. Quem toma café com adoçante continua “treinando” o cérebro a esperar o doce, e geralmente apresenta maior dificuldade em reduzir o consumo de carboidratos em geral, como bolos, pães e chocolates.
Por que o paladar adocicado cria dependência?
O gosto doce ativa circuitos de recompensa no cérebro, liberando dopamina e reforçando o comportamento. Assim, quanto mais doce ingerimos, maior a tendência de buscar esse sabor novamente. Essa lógica vale tanto para o açúcar quanto para adoçantes artificiais.
Existe um caminho para reduzir essa dependência?
Sim. Uma das estratégias mais recomendadas é reduzir gradualmente a quantidade de açúcar no café, até chegar ao consumo puro ou com alternativas não adoçadas, como canela em pó. O amargor, antes incômodo, passa a ser aceito e até apreciado com o tempo, contribuindo para libertar o paladar da necessidade constante de doçura.

Dado interessante
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de açúcar adicionado não deve ultrapassar 10% das calorias diárias, e, para benefícios extras à saúde, a recomendação é reduzir para menos de 5%. No Brasil, pesquisas do Ministério da Saúde indicam que mais de 60% da população adulta ultrapassa esse limite, sendo o café adoçado uma das principais fontes de açúcar no dia a dia.
FAQ sobre açúcar no café
1. Tomar café com açúcar causa diabetes?
Não diretamente. O risco vem do consumo excessivo de açúcares somados ao longo do dia, não apenas da xícara de café adoçado.
2. O café puro é sempre a melhor opção?
Sim. Além de preservar o sabor natural da bebida, evita reforçar o hábito de buscar constantemente o gosto doce.
3. Adoçantes naturais, como stevia ou xilitol, são melhores?
Podem ser alternativas temporárias, mas o ideal é treinar o paladar para não depender de nenhum tipo de adoçante.
4. Quanto tempo leva para se acostumar com café sem açúcar?
Em média, de 2 a 4 semanas. O cérebro se adapta ao novo padrão de sabor, e a bebida passa a ser apreciada naturalmente.
Fontes oficiais
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Ministério da Saúde – Guia Alimentar: https://www.gov.br/saude
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM): https://www.endocrino.org.br