Muitas pessoas acreditam que para serem vistas como boas precisam dizer “sim” o tempo todo. Essa ideia, apesar de parecer bondosa, pode gerar desgaste emocional, esgotamento e até afastar você daquilo que realmente importa: suas próprias necessidades.
O problema está em associar limites a egoísmo. Quando dizemos “não” ou priorizamos algo que faz sentido para nós, muitas vezes sentimos culpa ou pensamos que estamos falhando como amigos, parceiros ou profissionais. Mas a verdade é que impor limites é também uma forma de cuidar de si, e isso não invalida a sua bondade.
Por que dizer “não” é um ato de cuidado
Aprender a negar pedidos ou convites não significa rejeitar pessoas, mas proteger seu tempo e energia. De acordo com estudos da American Psychological Association (APA), pessoas que conseguem impor limites saudáveis apresentam menores índices de estresse e maior satisfação com suas relações pessoais.
Ou seja, ser “boa pessoa” não é agradar sempre, mas encontrar equilíbrio entre o que você oferece ao outro e o que preserva para si.
O mito do egoísmo e a necessidade de priorizar-se
Ainda persiste a crença de que colocar-se em primeiro lugar é sinal de egoísmo. Na prática, cuidar das próprias necessidades garante que você tenha recursos emocionais para também cuidar dos outros.

Segundo pesquisa publicada no Journal of Happiness Studies, pessoas que priorizam momentos de autocuidado apresentam maior disposição para praticar a empatia e oferecer suporte ao próximo. Um estudo da Universidade da Califórnia reforça essa ideia ao mostrar que indivíduos que aprendem a dizer “não” de forma assertiva têm até 30% menos chances de desenvolver burnout, o que evidencia como impor limites não apenas preserva sua saúde, mas também fortalece sua capacidade de estar presente para os outros.
O papel dos erros e da imperfeição
Outra ideia moralista que pode aprisionar é a de que para ser uma boa pessoa é preciso sempre acertar. Mas errar faz parte da experiência humana. Reconhecer falhas, pedir desculpas e recomeçar são atitudes que demonstram maturidade emocional e autenticidade, características fundamentais para construir relações saudáveis.
FAQ sobre limites e bondade
1. Dizer “não” me torna uma pessoa ruim?
Não. O “não” pode ser uma forma de respeito consigo mesmo e, muitas vezes, até com o outro.
2. Como saber se estou sendo egoísta ou apenas me cuidando?
O egoísmo ignora o outro, o cuidado pessoal busca equilíbrio entre suas necessidades e as dos demais.
3. Por que sentimos culpa ao impor limites?
Porque crescemos em uma cultura que associa bondade à abnegação. Mas isso pode, e deve, ser ressignificado.
4. É possível ser bondoso e ainda discordar das pessoas?
Sim. O respeito à diversidade de opiniões é parte essencial da convivência saudável.
5. Como começar a impor limites sem medo?
Comece aos poucos, escolhendo situações pequenas. Com o tempo, a confiança cresce e o processo se torna mais natural.