O envelhecimento é um fenômeno natural que, embora inevitável, não segue um padrão linear e constante como muitos poderiam supor. Antes acreditava-se que o envelhecimento ocorria de forma gradual, mas pesquisas recentes indicam que esse processo acontece em picos, marcando períodos em que o avanço é mais evidente e perceptível no corpo humano. As mudanças não são apenas visíveis externamente, mas também afetam nosso interior, alterando aspectos como a saúde cardiovascular e o metabolismo.
Em 2024, um grupo de pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade Tecnológica de Nanyang divulgou um estudo publicado na revista Nature Aging que explora esses picos do envelhecimento. Após analisar moléculas e microbiomas de 108 participantes em um estudo longitudinal, descobriram que as maiores transformações ocorreram entre os 40 e 60 anos. Essas mudanças incluem alterações na saúde cardíaca e no metabolismo, além da pele e dos músculos.
Por que o envelhecimento ocorre em picos?
Os picos do envelhecimento devem-se à queda de determinadas funções biológicas e à perda progressiva de elementos como o colágeno. À medida que as pessoas atingem certos marcos de idade, os efeitos do tempo manifestam-se com mais intensidade. Essa concepção redefine a forma como o envelhecimento é percebido, não como um processo linear, mas como uma série de eventos ativados em momentos específicos da vida. Por exemplo, por volta dos 25 anos começa a diminuição da produção de colágeno, e no final dos 30 há um reforço das linhas de expressão e mudanças na elasticidade facial.
O que muda no pico do envelhecimento aos 30 anos?
No final dos 30 anos, as transformações são mais pronunciadas. Uma das alterações mais notáveis é o aparecimento da papada devido à flacidez da pele abaixo do maxilar. Também é frequente notar a acentuação das linhas de expressão e outras características faciais que se tornam mais definidas. Os tratamentos recomendados por especialistas incluem, entre outros, o uso de retinoides que estimulam a produção de colágeno, além de procedimentos como micropuntura e radiofrequência. Existem ainda estudos recentes que sugerem a importância da alimentação rica em antioxidantes nessa fase para ajudar a retardar esses sinais.

Como são os picos do envelhecimento na maturidade?
Na meia-idade, por volta dos 44 anos, o envelhecimento se apresenta de forma ainda mais clara. As rugas profundas tornam-se evidentes e a pele perde elasticidade. Recomenda-se manter a constância em tratamentos tópicos e uso prudente de preenchedores faciais e outros procedimentos. Dermatologistas também sugerem o uso do ultrassom para tensionar a pele, buscando contrabalançar o impacto visível do envelhecimento. Além disso, manter uma rotina de exercícios físicos pode colaborar para a manutenção da firmeza muscular nesta fase.
Finalmente, aos 60 anos, o envelhecimento atinge um novo nível de complexidade, onde medidas tópicas e superficiais já não apresentam tanta eficácia. Aqui, intervenções cirúrgicas podem ser consideradas para remover o excesso de pele e rejuvenescer a aparência, mas sempre com o devido acompanhamento médico e ajustando as expectativas à realidade do envelhecimento.
Envelhecer é inevitável, mas é possível enfrentar?
A mensagem central sobre o envelhecimento através desses picos é compreender que, embora seja inescapável, pode ser enfrentado de maneiras que o tornem mais leve. Cientistas e dermatologistas concordam que, embora não se possa parar completamente o relógio biológico, é possível adotar medidas que atenuem seus efeitos e promovam uma boa saúde física e mental durante o processo de envelhecimento. Novas pesquisas também apontam para o impacto positivo de boas noites de sono e do cuidado com o bem-estar mental no enfrentamento dos efeitos do passar dos anos.