Com um tom direto e contundente, o Dr. Paulo Muzy alerta para o uso equivocado do jejum de 24 horas como ferramenta de emagrecimento. Segundo ele, muitas pessoas recorrem a essa prática na esperança de compensar descontrole alimentar, sem ter construção real de hábitos saudáveis e sustentáveis. O médico critica a tentativa de usar o sofrimento como método de transformação corporal.
Com mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais, o Dr. Muzy é reconhecido por defender uma rotina bem estruturada, com disciplina, regularidade nos treinos e alimentação distribuída ao longo do dia. Para ele, acreditar que jejuar por 24 horas levará ao resultado desejado é ignorar os fundamentos básicos da fisiologia e da constância.
Por que o jejum de 24 horas pode ser um erro para a maioria das pessoas?
O Dr. Muzy afirma que muitas pessoas que não conseguem manter o básico, como resistir a um doce ou manter o foco diante de uma tentação alimentar comum, se iludem achando que serão capazes de seguir um jejum prolongado. Para ele, esse comportamento não só é ineficaz, como também contraproducente.
Ele destaca que a busca pelo sofrimento como método compensatório é uma armadilha emocional. O que realmente gera resultado é acordar cedo, treinar no horário certo, fracionar as calorias ao longo do dia e construir uma rotina coerente. Segundo ele, é preciso parar de acreditar que castigo produz transformação.
Existe embasamento para usar o jejum de forma saudável?
O jejum intermitente é uma estratégia reconhecida na literatura científica, mas deve ser aplicada com critério. Estudos mostram que jejuns mais curtos, como 14 a 16 horas, podem oferecer benefícios para perda de peso e sensibilidade à insulina quando bem planejados. Contudo, jejuns prolongados de 24 horas ou mais exigem acompanhamento.

Além disso, o jejum não é superior a outras abordagens em termos de balanço calórico. O que determina o sucesso é o déficit calórico mantido com constância. O risco é quando a prática é usada como solução rápida sem organização de comportamento alimentar.
O perigo de transformar o jejum em punição
Transformar o jejum em penitência é um dos pontos mais criticados pelo Dr. Muzy. Ele reforça que o processo de emagrecimento ou ganho de performance deve ser racional, baseado em consistência, não em medidas drásticas motivadas por culpa.
O exagero, nesse caso, pode comprometer relação com a comida, causar compulsões futuras e até deficiências nutricionais. Em vez de buscar soluções extremas, o ideal é focar em disciplina real: organização de horários, qualidade do sono, regularidade no treino e alimentação estruturada.
O que funciona, então?
O Dr. Muzy orienta que o caminho para o resultado é simples, mas exige constância. Ter hora para comer, treinar, dormir e recuperar-se é a base. Fracionar calorias, respeitar os sinais do corpo e se sentir bem com a rotina são sinais de um plano bem montado.
Medidas drásticas, como o jejum prolongado feito por impulso, geralmente não são sustentáveis e acabam frustrando o praticante. O profissional reforça que o foco não deve ser resistir ao máximo, mas sim organizar a rotina de forma inteligente e duradoura.