O consumo de telas por crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de dois anos, é um tema que preocupa cada vez mais especialistas em neurodesenvolvimento. A neurologista infantil Dra. Tamiris Mariano tem alertado sobre os riscos da exposição precoce e frequente a desenhos animados com conteúdo visual e sonoro excessivamente estimulante.
Em uma de suas falas nas redes sociais, ela cita três desenhos populares que são comumente exibidos para crianças pequenas: “Galinha Pintadinha”, “Cogumelo” e “Patrulha Canina”. Embora populares, esses programas possuem características que sobrecarregam o cérebro em desenvolvimento.
O Que Torna um Desenho Superestimulante?
Segundo Dra. Tamiris, desenhos com cortes rápidos, trilhas sonoras repetitivas e cores extremamente vibrantes criam um padrão de hiperestimulação cerebral. Esse tipo de conteúdo ativa constantemente os sistemas de recompensa do cérebro infantil, o que pode afetar a atenção, a regulação emocional e a disposição para interações reais.
Programas como “Patrulha Canina” têm ainda ações aceleradas, sons de alarme e narrativas que envolvem riscos constantes, dificultando o desenvolvimento da calma e da concentração.
Como Isso Afeta o Desenvolvimento Infantil?
Crianças pequenas ainda estão aprendendo a organizar suas emoções e perceber os ritmos naturais do ambiente. Quando expostas repetidamente a conteúdos superestimulantes, elas podem se tornar mais agitadas, impacientes e com dificuldade de manter o foco em atividades mais lentas e fundamentais para o desenvolvimento, como a leitura e o brincar criativo.

“O cérebro infantil vicia rápido em estímulo constante. Depois, atividades como ouvir uma história ou brincar com outras crianças não parecem mais interessantes”, explica a especialista.
O Que os Pais Podem Fazer?
- Evitar telas para menores de dois anos, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Pediatria.
- Priorizar atividades manuais, interação face a face e tempo ao ar livre.
- Quando a tela for necessária, escolher conteúdos calmos, com ritmo lento e trilhas suaves.
- Assistir junto com a criança, comentando o que está sendo visto e incentivando a interpretação da história.
Fontes Oficiais para Saber Mais
- Sociedade Brasileira de Pediatria – https://www.sbp.com.br
- UNICEF: O uso de telas na primeira infância – https://www.unicef.org/brazil
- OMS: Diretrizes sobre tempo de tela para crianças pequenas – https://www.who.int