A infância é uma fase decisiva para o desenvolvimento cerebral, e a alimentação tem papel direto nesse processo. A neurologista infantil Dra. Tamiris Mariano (CRM 21354-CE | RQE 12337) alerta que alguns alimentos, comuns na rotina de muitas famílias, podem impactar negativamente a saúde neurológica e emocional das crianças.
Segundo a especialista, o cérebro infantil não é apenas uma versão em miniatura do cérebro adulto: trata-se de um órgão em formação, altamente sensível às escolhas alimentares. Por isso, atenção aos alimentos listados a seguir.
Quais os riscos dos ultraprocessados com corantes artificiais?
Produtos com corantes como tartrazina, vermelho 40 e azul brilhante estão associados a alterações de comportamento, especialmente em crianças com TDAH. Estudos apontam ligação entre esses aditivos e aumento da impulsividade, da agitação e do déficit de atenção.
Esses corantes também podem ter efeitos neurotóxicos quando consumidos em excesso. São encontrados em balas muito coloridas, sucos artificiais, refrigerantes, gelatinas e alguns iogurtes industrializados.
Crianças podem consumir bebidas com cafeína?
Não é recomendado. A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central e pode afetar o cérebro em desenvolvimento. Mesmo em pequenas doses, está relacionada a irritabilidade, ansiedade, insônia e queda no desempenho escolar.
Refrigerantes, energéticos e até alguns chás contêm cafeína. Estudos mostram que o consumo regular por crianças altera o ciclo sono-vigília e prejudica o equilíbrio emocional.
Por que o açúcar em excesso é tão prejudicial?
O açúcar refinado, quando ingerido em grandes quantidades, provoca picos de energia seguidos de quedas bruscas, afetando a concentração e o comportamento. O consumo excessivo, especialmente no café da manhã, desregula o metabolismo da glicose e interfere na atenção escolar.

Além disso, a alta ingestão de açúcar desde cedo está ligada a processos de inflamação cerebral e alterações na plasticidade sináptica — fundamental para a aprendizagem e memória.
Links oficiais
- Ministério da Saúde – Alimentação Infantil: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Dieta saudável: https://www.who.int
- Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br
Como proteger o desenvolvimento neurológico das crianças?
De acordo com a Dra. Tamiris Mariano, escolhas alimentares conscientes durante a infância moldam o futuro neurológico e emocional da criança. Reduzir ultraprocessados, evitar cafeína e controlar o consumo de açúcar são medidas simples, mas de grande impacto na saúde cerebral.
Com orientação adequada, paciência e acesso a informações baseadas em ciência, é possível oferecer uma base sólida para que a criança cresça saudável, com atenção, equilíbrio emocional e bom desempenho escolar.