A ansiedade é uma reação natural do corpo a situações estressantes, uma emoção que todos experimentam em algum grau. No entanto, quando essa emoção se torna constante e debilitante, muitos recorrem a medicamentos como o Lorazepam e o Alprazolam para buscar alívio. Esses fármacos, conhecidos por sua capacidade de reduzir rapidamente os sintomas de ansiedade, desempenham um papel importante no tratamento de crises agudas. Contudo, há um aspecto crucial que precisa ser considerado: a compreensão do que está realmente impulsionando essa ansiedade.
Fernando Azor, psicólogo clínico, ressalta que os ansiolíticos, embora eficazes na redução dos níveis de alerta e preocupação, não são a solução para a raiz do problema. Ele destaca que o uso contínuo pode levar a uma dependência emocional e física, dificultando o desenvolvimento de habilidades para o gerenciamento independente da ansiedade. As pessoas frequentemente veem as sensações físicas de ansiedade, como batimentos cardíacos acelerados ou visão turva, como ameaças a serem evitadas a qualquer custo.
Qual é o papel dos ansiolíticos no tratamento da ansiedade?
Os ansiolíticos são prescritos para aliviar os sintomas de ansiedade, proporcionando um alívio rápido e temporário. Azor explica que, embora eles ajudem a reduzir a intensidade desses sintomas, também reforçam a percepção de que essas sensações são perigosas e intoleráveis. O uso constante pode impedir o desenvolvimento de métodos para enfrentar a ansiedade de maneira mais saudável e sustentável. Além disso, organismos como a Organização Mundial da Saúde recomendam que o uso desses medicamentos seja acompanhado de acompanhamento psicológico, especialmente em casos de uso prolongado, para minimizar riscos de dependência.
Como a terapia pode ajudar no tratamento da ansiedade?
A psicoterapia surge como uma alternativa valiosa ao tratamento exclusivo com medicamentos. Trabalhando com um terapeuta, os indivíduos podem aprender a desenvolver estratégias de enfrentamento que permitem lidar com a ansiedade de uma forma que os medicamentos não conseguem por si só. A terapia busca capacitar as pessoas a vivenciar essas emoções sem medo, promovendo uma convivência mais racional e menos emocionalmente carregada com a ansiedade. Abordagens como a terapia cognitivo-comportamental têm se mostrado eficazes em vários países, incluindo o Brasil, ajudando pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento que alimentam a ansiedade.

Por que é importante identificar a causa subjacente da ansiedade?
Azor enfatiza a importância de explorar as raízes emocionais e psicológicas por trás da ansiedade, uma etapa vital para minimizar a frequência de crises futuras. Entender o que provoca a ansiedade permite que as pessoas desenvolvam recursos internos, tornando-as menos dependentes de soluções farmacológicas. Ao invés de apenas mitigar os sintomas, este processo ajuda a transformar a ansiedade em uma resposta compreensível e gerenciável. O apoio de familiares e amigos pode fazer diferença nesse processo, assim como grupos de apoio em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, onde há maior oferta desses serviços.
Medicação ou terapias alternativas: qual abordagem escolher?
O uso de medicamentos para ansiedade não deve ser descartado, mas é melhor visto como uma parte do tratamento global. A abordagem integrada, que combina medicação com terapias comportamentais, permite que as pessoas não apenas controlem os sintomas, mas também enfrentem a ansiedade de uma forma que promove o crescimento pessoal. Assim, mesmo que a ajuda farmacológica seja útil em momentos críticos, a verdadeira evolução ocorre quando se adquire um melhor autoconhecimento e se desenvolvem ferramentas pessoais para enfrentar desafios emocionais. Segundo pesquisas publicadas em 2023, tratamentos combinados tendem a apresentar resultados mais duradouros e estáveis a longo prazo.
A mensagem central é que o tratamento da ansiedade deve ser abrangente, incluindo tanto os medicamentos como estratégias terapêuticas de longo prazo. Olhar para a ansiedade de um jeito menos medicalizado e mais humano pode fazer toda diferença no processo de cura. Uma abordagem holística e equilibrada pode oferecer uma vida com menos medo e mais controle sobre as próprias emoções.