O Banco Central do Brasil anunciou uma resolução significativa que altera as diretrizes do Pix, especificamente no que concerne ao Mecanismo Especial de Devolução (MED). Essa modificação pretende tornar mais ágil a devolução de recursos para aqueles prejudicados por fraudes, golpes ou situações de coerção. Assim, a partir de outubro de 2025, esse processo será integralmente digital, eliminando a necessidade de contato direto com os serviços de atendimento das instituições financeiras.
Uma das inovações mais destacadas é que todas as instituições participantes deverão integrar essa funcionalidade diretamente no ambiente Pix de seus aplicativos. Com isso, o usuário pode contestar transações fraudulentas sem precisar recorrer aos canais de atendimento tradicionais das instituições financeiras. Segundo o Banco Central, essa automação promete acelerar a identificação e o bloqueio de contas fraudulentas, possibilitando maior chance de recuperação dos valores antes que sejam totalmente dissipados.
Com a ampliação da automação e integração, a expectativa é facilitar o acesso dos usuários às ferramentas de proteção, tornando o sistema Pix ainda mais seguro diante do aumento de tentativas de fraude nos últimos anos.
Quais são as novas alternativas de devolução com o MED?

Outra mudança essencial que a resolução traz é a possibilidade de realizar a devolução de valores não apenas a partir da conta originalmente utilizada para a fraude, mas também utilizando outras contas associadas dentro da mesma rede bancária. Tradicionalmente, os golpistas transferem rapidamente os valores recebidos para outras contas, apostando em dificultar o rastreamento. Com a atualização das regras do MED, o Banco Central permitirá rastrear o fluxo de acesso dos recursos, possibilitando, ainda, que a devolução seja realizada em até 11 dias após a denúncia.
A nova regra fortalece a estratégia das instituições financeiras contra golpes ao ampliar o alcance do bloqueio e da investigação dos recursos ilícitos. Isso será fundamental para enfraquecer esquemas de lavagem de dinheiro por meio do sistema Pix. O rastreamento aprimorado garante que transações suspeitas sejam rapidamente identificadas e revertidas, reduzindo os prejuízos aos consumidores.
Assim, a devolução passa a ser mais efetiva, tornando o processo de resolução de fraudes mais robusto e complexo para os criminosos que tentam burlar o sistema bancário.
Quando essas mudanças serão obrigatórias?
De acordo com o cronograma da instituição, a partir de novembro de 2025, a implementação dessas melhorias será facultativa para os bancos, tornando-se obrigatória apenas em fevereiro de 2026. O Banco Central acredita que tais medidas auxiliarão tanto na identificação de contas utilizadas para fraudes, quanto na restituição dos valores, desestimulando a prática de golpes.
O prazo escalonado foi estabelecido para que as instituições financeiras tenham tempo de adaptar seus sistemas internos à nova regulamentação, evitando contratempos operacionais. Durante esse período inicial, espera-se que muitos bancos antecipem a adoção das mudanças para oferecer mais segurança aos clientes.
Tal cronograma reforça o compromisso do Banco Central com a segurança bancária, aliando tecnologia e regulamentação para proteger cada vez mais os usuários do sistema financeiro digital brasileiro.
Em quais situações o MED pode ser aplicado?
O Mecanismo Especial de Devolução está disponível desde 2021, mas é importante salientar as situações específicas em que ele pode ser usado. Ele é restrito a casos de fraude comprovada ou erros operacionais das instituições financeiras. Não se aplica a desacordos comerciais, nem a casos onde o erro partiu de um envio incorreto por parte do usuário, como erros de digitação em chaves Pix.
Essa limitação visa assegurar que o recurso seja empregado exclusivamente em casos de má-fé comprovada, protegendo tanto as instituições quanto os usuários de mal-entendidos. Em situações onde não há comprovação de fraude, cabe ao usuário buscar outras formas de resolução, como contato direto com a instituição ou soluções judiciais.
O foco do MED é fortalecer a confiança no sistema Pix, proporcionando uma resposta rápida e eficiente a fraudes e mantendo o uso responsável da plataforma por todas as partes envolvidas.
Como o compartilhamento de informações entre bancos vai funcionar?
Com as novas regras do MED, o compartilhamento de informações entre instituições financeiras será ampliado, facilitando a identificação e o bloqueio imediato de contas suspeitas. Isso permitirá que possíveis fraudes sejam combatidas de maneira mais integrada e rápida.
As instituições serão obrigadas a manter uma comunicação constante e eficaz, reportando a movimentação de recursos ilícitos e colaborando nas investigações. Essa medida deve evitar que as mesmas contas sejam reutilizadas em diferentes instituições para a prática de golpes.
Além disso, essa troca de informações viabiliza uma resposta coordenada em situações de fraude, aumentando a efetividade do MED e tornando o sistema mais seguro para todos os usuários.
Qual é o impacto sobre a segurança dos usuários do Pix?
As mudanças refletem diretamente no aumento da segurança dos usuários do Pix, que terão acesso a mecanismos mais eficientes para contestar fraudes e recuperar seus recursos. O processo digitalizado elimina obstáculos e reduz o tempo de espera na avaliação das denúncias.
Com a automação e integração das instituições, golpes financeiros podem ser neutralizados com mais rapidez, impedindo a disseminação dos prejuízos e fortalecendo a confiança no meio de pagamento. A detecção precoce de fraudes reduz as chances de escoamento dos recursos para inúmeras contas.
Os aprimoramentos do MED demonstram o esforço contínuo do Banco Central em avançar tecnologicamente, alinhando o sistema financeiro brasileiro aos padrões internacionais de segurança e proteção de dados.
Como a população pode se preparar para as novas regras do MED?
Usuários do Pix devem manter-se informados sobre as mudanças, acompanhando comunicados oficiais do Banco Central e de suas instituições financeiras a respeito do funcionamento da devolução automática. Atualizar os aplicativos bancários e acessar os tutoriais sobre o novo MED são atitudes recomendadas.
Além disso, manter boas práticas de segurança digital continua fundamental: desconfie de contatos não solicitados, proteja seus dados pessoais e confira sempre os dados antes de realizar transferências.
O engajamento da população é peça-chave para o sucesso das novas regras, pois o uso consciente das ferramentas oferecidas aumenta o poder de prevenção e combate às fraudes no ambiente digital.