No cenário atual de 2025, o Congresso Nacional do Brasil avalia mudanças significativas na Medida Provisória (MP) 1300/25, que visa modificar a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSSE). O principal objetivo é isentar famílias de baixa renda do pagamento da conta de luz em situações de consumo reduzido, reafirmando o compromisso social do governo. A proposta ainda aguarda votação definitiva pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado para entrar em vigor.
Contexto e abrangência da Tarifa Social de Energia Elétrica

Implementada desde julho, a TSSE tem beneficiado milhões de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). O benefício prevê isenção completa do pagamento da energia para quem consome até 80 kWh mensais. Além disso, outras famílias têm seus primeiros 80 kWh isentos, promovendo maior inclusão social no acesso à energia.
Cerca de 4,5 milhões de famílias já se beneficiam da isenção total, enquanto 17,1 milhões têm direito à isenção parcial. Essa atuação fortalece as políticas públicas voltadas à redução da desigualdade energética. As regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda determinam que custos indiretos, como ICMS e iluminação pública, podem ser cobrados, dependendo das legislações estaduais e municipais.
Em regiões de maior vulnerabilidade, a tarifa social tornou-se vital para garantir condições mínimas de dignidade, evitando o corte do fornecimento por inadimplência em comunidades economicamente desfavorecidas. O programa é visto como essencial para a manutenção da qualidade de vida dessas famílias, principalmente nas periferias urbanas e áreas rurais remotas.
Critérios de elegibilidade para a TSSE
Para acessar o benefício, o consumidor precisa cumprir requisitos específicos, como estar inscrito em programas sociais e limitar o consumo mensal de energia elétrica. A inscrição automática para beneficiários do CadÚnico simplifica o acesso às vantagens, reduzindo burocracias e ampliando o alcance do programa.
O benefício principal destina-se a famílias com consumo mensal de até 80 kWh, sendo isentas de qualquer cobrança relacionada ao consumo de energia, exceto taxas e impostos locais. Isso reforça o papel dos critérios sociais na identificação do público-alvo, privilegiando os mais vulneráveis.
Além disso, há previsões para situações específicas, como famílias com pessoas com deficiência, onde o limite de consumo pode ser ampliado mediante comprovação da necessidade do uso de aparelhos essenciais à saúde, garantindo maior flexibilidade e justiça social.
Impactos esperados da MP 1300/25 no cotidiano das famílias
A aprovação da MP 1300/25 tende a ampliar o poder de compra das famílias de baixa renda, reduzindo seu comprometimento com despesas básicas. O benefício direto gera alívio financeiro imediato, permitindo realocação de recursos para alimentação, educação e saúde.
A isenção prevista incentiva práticas de consumo consciente, uma vez que o benefício está atrelado a limites de consumo. Dessa forma, políticas de eficiência energética acabam impulsionando hábitos sustentáveis entre beneficiários.
Outro impacto relevante é a diminuição dos índices de inadimplência, já que o pagamento da conta de energia representa um dos principais desafios para famílias menos favorecidas. Tal estabilidade pode gerar efeitos positivos na economia local, estimulando o comércio e serviços em regiões vulneráveis.
Novidades trazidas pela Medida Provisória 1300/25
A medida propõe ampliar a isenção, incluindo a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para famílias com renda entre meio e um salário mínimo e consumo até 120 kWh mensais. Essa alteração busca aumentar a abrangência social da política pública.
Estão previstas, ainda, inovações futuras, como a possibilidade de tarifas diferenciadas por horários de consumo e a adoção do fornecimento de energia pré-pago, maneiras de adaptar o sistema às necessidades diversas dos consumidores.
Essas mudanças visam preparar o setor energético brasileiro para um cenário de maior personalização e eficiência, refletindo tendências observadas em sistemas de energia ao redor do mundo.
Mudanças para consumidores de maior demanda
Consumidores com instalações trifásicas e demanda superior a 80 kWh mensais terão novos critérios para cobrança. O custo de disponibilidade da rede permanece em 100 kWh, e quem consumir entre 80 kWh e 100 kWh pagará apenas a diferença, promovendo uma cobrança mais justa.
Essa regra assegura equilíbrio financeiro para as distribuidoras, mantendo a viabilidade do fornecimento de energia para todos os perfis de consumo. O modelo busca evitar distorções e garantir que os custos de manutenção da rede sejam compartilhados de forma proporcional.
A medida também estimula a adaptação das famílias e pequenas empresas a práticas de eficiência energética, promovendo o uso racional dos recursos disponíveis sem comprometer a sustentabilidade do sistema elétrico.
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Projeções futuras e o debate sobre o setor elétrico
Com a possível aprovação até novembro, o setor elétrico brasileiro poderá passar por um momento de intensa transformação. O debate tende a se aprofundar em torno da abertura de mercado e da eficiência regulatória.
O foco imediato está na ampliação das tarifas sociais e na consolidação de políticas públicas voltadas à acessibilidade energética. Isso demonstra o compromisso político com a inclusão e a justiça social.
No longo prazo, as discussões deverão envolver modernização de infraestrutura, integração de fontes renováveis e evolução das políticas tarifárias, promovendo um setor energético mais dinâmico e sustentável para todos os brasileiros.