Em 2025, o Brasil ainda carece de uma regulamentação federal consolidada sobre a licença menstrual. Esse direito vem ganhando atenção do governo e de organizações de saúde. Contudo, a legislação trabalhista atual não prevê normas específicas para facilitar o retorno ao trabalho para as mulheres que enfrentam dores intensas durante o ciclo.
- A legislação vigente não contempla formalmente a licença menstrual.
- Trabalhadoras dependem de atestados médicos para licença remunerada.
- Propostas legislativas buscam conceder até três dias de licença mensal.
Como está a legislação atual e quais são os desafios na licença menstrual?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não reconhece oficialmente a licença menstrual. Mulheres com condições como endometriose precisam de atestados médicos para obter licença remunerada. Isso limita o reconhecimento dos impactos do ciclo menstrual na produtividade e bem-estar.
Na Câmara dos Deputados, projetos de lei propõem três dias de licença menstrual remunerada por mês, mas ainda não foram aprovados. Em comparação, outros países da Ásia e da Europa já apresentam legislações mais avançadas sobre o tema, o que passa a alimentar discussões internacionais sobre igualdade e dignidade no trabalho.
Como funciona o procedimento para concessão de atestados médicos?
O atestado médico segue as normas gerais trabalhistas. Se os sintomas forem incapacitantes, a avaliação médica é necessária. O atestado emitido vai justificar a ausência do trabalho, garantindo licença remunerada conforme legislação vigente.

Atualmente, não há norma específica que automatize esse processo exclusivamente para cólicas menstruais sem avaliação clínica. No entanto, algumas plataformas digitais especializadas em saúde laboral, como o Conselho Nacional de Saúde, estão discutindo a possibilidade de modernizar esses procedimentos por meio da digitalização de processos e prontuários.
Que iniciativas as empresas têm adotado e como é o retorno ao trabalho?
Algumas empresas adotam políticas internas de flexibilização, oferecendo licenças menstruais ou home office. Mesmo assim, tais medidas são voluntárias e não universais, evidenciando a necessidade de regulamentação clara. Grandes companhias como Unilever Brasil e Natura têm se destacado ao iniciar projetos-piloto sobre o tema, servindo de referência para o mercado brasileiro e internacional.
Em termos de retorno ao trabalho, debates sobre saúde mental são crescentes. A Norma Regulamentadora NR-1 inclui avaliação de riscos psicossociais, mas sua fiscalização foi adiada, gerando críticas. Com o crescimento dos debates sobre ESG em 2025, a preocupação com o ambiente de trabalho saudável resulta em uma série de eventos e conferências nacionais e internacionais voltadas à saúde da mulher.
Como está a perspectiva para o futuro da saúde menstrual nas empresas?
O Ministério da Saúde promove campanhas como a “Dignidade Menstrual”, mas não intervém nas regras trabalhistas. Entidades como o Conselho Nacional de Saúde discutem a criação de um sistema de saúde ocupacional que inclua o aspecto menstrual.
Especialistas ressaltam que a ausência de legislação federal consistente reflete lacunas importantes para a saúde e direitos das mulheres no trabalho. O consenso é que sociedade e Estado precisam reconhecer oficialmente essas necessidades. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde também são citadas em debates recentes, evidenciando benefícios à produtividade e ao clima organizacional quando temas ligados à menstruação são tratados com políticas inclusivas.
Para um ambiente laboral mais justo em 2025, o avanço na regulamentação da licença menstrual no Brasil é crucial. Isso promoverá dignidade, saúde e igualdade para as trabalhadoras que enfrentam desafios relacionados ao ciclo menstrual.
Por que a reforma na legislação menstrual é importante?
- Crucial avançar na legislação para um ambiente de trabalho mais inclusivo.
- A presença de propostas legislativas aponta para avanços futuros.
- Reconhecer oficialmente as necessidades menstruais é vital para a igualdade no trabalho.
Fontes:
- Ministério da Saúde – Campanha Dignidade Menstrual
- Atualização da Norma Regulamentadora NR-1 sobre saúde mental e riscos psicossociais
- Projetos de lei sobre licença menstrual na Câmara dos Deputados
- Propostas do Conselho Nacional de Saúde para sistema nacional de saúde do trabalhador
- Funcionamento do atestado médico para cólicas menstruais
- Organização Mundial da Saúde – Relatórios sobre saúde da mulher e ambiente de trabalho