Nos últimos anos, a atenção à saúde mental das crianças tem se intensificado, especialmente em relação à ansiedade. Com mudanças sociais e educacionais, muitas crianças apresentam sinais de ansiedade que podem afetar seu desenvolvimento. Compreender esses sinais é fundamental para oferecer o suporte necessário. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que cerca de 10% das crianças e adolescentes ao redor do mundo apresentam algum transtorno de ansiedade, evidenciando a importância desse tema.
Um dos desafios ao identificar a ansiedade infantil é que os sintomas podem ser silenciosos e frequentemente confundidos com comportamentos típicos da infância. Entretanto, observar mudanças no comportamento pode ser revelador. Crianças ansiosas podem manifestar preocupações excessivas em relação a diversas situações, desde a escola até interações sociais.
Quais são os sinais físicos da ansiedade em crianças?
Os sinais físicos são frequentemente os mais evidentes. Crianças ansiosas podem queixar-se de dores de barriga, de cabeça, ou cansaço sem causa aparente. Além disso, é comum que exibam tensão muscular ou até mesmo tenham dificuldade para respirar. Um estudo recente da Universidade de São Paulo reforça que sintomas físicos costumam ser subestimados em ambientes escolares, o que pode retardar o diagnóstico. Esses sintomas são manifestações físicas de uma mente em constante estado de alerta.

Quais comportamentos podem indicar ansiedade infantil?
A observação comportamental é crucial. Crianças ansiosas podem evitar situações sociais, apresentando pouca disposição para brincar em grupo ou falar em público. Frequentemente, mostram-se irritadiças ou chorosas, e podem recusar-se a ir à escola. Outro sinal é a procrastinação, visto que as crianças evitam tarefas que consideram estressantes. Pesquisas do Instituto Nacional de Saúde Mental apontam que essas manifestações comportamentais podem variar de acordo com idade e contexto familiar.
Qual é o papel dos cuidadores na identificação da ansiedade?
Os cuidadores exercem um papel vital na identificação da ansiedade nas crianças. Observações cuidadosas do comportamento em casa e na escola podem fornecer pistas importantes. Comunicar-se regularmente com professores pode ajudar a criar uma imagem mais clara de como a criança lida com o estresse. Em São Paulo, por exemplo, algumas escolas já adotam protocolos específicos para registrar e monitorar esses sinais em parceria com psicólogos escolares.
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Quando é necessário buscar ajuda profissional?
Nem todos os sinais de ansiedade necessitam de intervenção imediata. Todavia, quando esses sinais persistem e começam a impactar atividades diárias, é necessário procurar a orientação de um profissional. Psicólogos e terapeutas infantis são capacitados para diagnosticar e tratar ansiedade em crianças, utilizando abordagens delicadas e apropriadas para cada faixa etária. Segundo diretrizes da Associação Brasileira de Psiquiatria, quanto mais cedo for iniciado o acompanhamento, melhores tendem a ser os resultados no bem-estar geral da criança.
Trabalhar na compreensão e mitigação da ansiedade infantil não é apenas uma ação de resposta, mas uma estratégia proativa para assegurar o bem-estar das crianças. Com apoio adequado, é possível auxiliar as crianças a desenvolverem resiliência e habilidades para lidarem com o estresse ao longo da vida.