O Banco Itaú, a maior instituição financeira privada do Brasil, adotou medidas drásticas diante da inatividade detectada em períodos de teletrabalho, demitindo mais de mil trabalhadores. Esse movimento desencadeou um debate sobre os limites do modelo híbrido e suas implicações trabalhistas.
- A eficácia do teletrabalho e o monitoramento da produtividade.
- As reações de funcionários e sindicatos diante das demissões.
- As implicações do teletrabalho nos direitos trabalhistas.
Como o Itaú mede a produtividade no teletrabalho?
De acordo com um relatório interno de produtividade, elaborado nos últimos seis meses, constatou-se que diversos funcionários apresentavam longos períodos de inatividade em seus computadores.
O banco justificou as demissões como uma medida para garantir a eficiência no modelo híbrido de trabalho. Os equipamentos de informática foram essenciais para avaliar o desempenho remoto.

A avaliação da atividade profissional é realmente eficaz?
Segundo o Itaú, 60% dos colaboradores atuam sob o regime híbrido, sendo exigida a presença no escritório pelo menos oito vezes ao mês. Apesar disso, foram detectados episódios de inatividade prolongada.
Para o banco, a ausência de movimentação nos computadores por mais de quatro horas foi critério suficiente para rescindir contratos, sem considerar outras atividades que não deixam registros digitais.
Qual foi a reação sindical diante das demissões?
O sindicato criticou a decisão, classificando-a como um “critério simplista”. Ações como reuniões telefônicas ou a análise de documentos impressos podem não se refletir no uso do computador.
A Federação dos Bancários de São Paulo considera que práticas como essas intensificam a vigilância digital e desconsideram pausas necessárias por questões de saúde ou falhas técnicas.
Como o sindicato está respondendo?
Os sindicatos anunciaram a intenção de mover ações judiciais contra as demissões efetuadas pelo Itaú, solicitando a readmissão dos trabalhadores impactados.
Além disso, propõem negociar critérios mais claros para avaliação do desempenho no contexto do trabalho híbrido, evitando que o teletrabalho seja usado como justificativa para um controle excessivo.
Quais os principais aprendizados da polêmica envolvendo o Itaú?
- A eficácia e complexidade de medir a produtividade no teletrabalho.
- A importância de critérios transparentes e justos nas avaliações trabalhistas.
- O equilíbrio entre vigilância digital e os direitos dos colaboradores em um ambiente de trabalho híbrido.
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