O esmalte em gel conquistou muitas adeptas devido à sua durabilidade e brilho, mas a presença do TPO em algumas formulações levanta preocupações. Recentemente, a Europa proibiu a comercialização de esmaltes em gel que contenham TPO (óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina), classificando essa substância como “cancerígeno, mutagênico ou tóxico para a reprodução”. Enquanto isso, no Brasil, o uso do TPO ainda é permitido em cosméticos. Entenda o que é essa substância, como identificá-la e qual seu impacto nas esmaltações.
- O que é o TPO e como ele funciona nos esmaltes em gel.
- Riscos potenciais associados ao TPO de acordo com regulamentos europeus.
- Possíveis regulamentos futuros para a substância no Brasil.
Qual é o papel do TPO no esmalte em gel?
O TPO é um fotoiniciador – uma substância que reage à luz LED/UV para solidificar o esmalte em gel, garantindo um acabamento duradouro e brilhante. Esse mecanismo é o que faz com que a esmaltação em gel permaneça intacta por semanas, mantendo a aparência estética desejada por tantas pessoas. Vale lembrar que nem todos os esmaltes em gel possuem TPO em sua composição. O TPO pode ser identificado na lista de ingredientes sob outros nomes, como: Difenil (2,4,6-trimetilbenzoil) fosfina óxido, (2,4,6-trimetilbenzoil) difenilfosfina óxido ou 2,4,6-Trimetil benzoidifenil fosfina óxido. Marcas internacionais renomadas, como OPI e Sally Hansen, adotam diferentes políticas quanto ao uso da substância, conforme o país de comercialização e as respectivas legislações.

Existem riscos ao usar esmalte com TPO?
As preocupações em relação ao TPO se intensificaram após estudos com animais mostrarem que a substância pode causar infertilidade em ratos fêmeas e alterações reprodutivas, como diminuição do tamanho dos testículos e queda na produção de espermatozoides, em ratos machos. A dermatologista Mariana Figueiredo, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que – mesmo sem comprovação em seres humanos – os indícios levantados em pesquisas animais motivaram os reguladores europeus a restringir seu uso na indústria cosmética. A decisão europeia fortaleceu o debate em outros países, inclusive no Brasil, onde pesquisadores da Universidade de São Paulo também iniciaram investigações sobre os possíveis impactos do TPO na saúde humana.
Como a Anvisa está lidando com o TPO?
No Brasil, a venda e uso do TPO em esmaltes ainda está liberada. No entanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acompanha de perto os desdobramentos científicos e regulatórios no exterior e pode reavaliar a liberação da substância a qualquer momento, caso surjam novas evidências concretas dos riscos à saúde. Em 2023, a agência promoveu um simpósio reunindo representantes da indústria, órgãos reguladores internacionais e especialistas em segurança de fotoiniciadores, discutindo inclusive as consequências da restrição europeia.
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Como garantir a sua segurança ao escolher esmalte em gel?
Ao escolher esmaltes em gel, verifique sempre a composição do produto e busque informações atualizadas sobre os ingredientes, especialmente sobre o TPO e seus outros nomes técnicos. Prefira produtos e marcas que divulguem abertamente suas formulações e sigam as diretrizes de uso enfatizadas por especialistas. Vale lembrar que algumas empresas brasileiras, como Natura e Risqué, já buscam alternativas ao TPO para oferecer esmaltes mais seguros. Fique atento também às atualizações das autoridades sanitárias, já que mudanças regulatórias podem ocorrer a qualquer momento.
- Identifique o papel do TPO no esmalte em gel e seus outros nomes na embalagem.
- Esteja ciente dos riscos relatados em pesquisas animais e das classificações adotadas por regulamentações internacionais.
- Fique atualizado com as regulações da Anvisa e novas decisões sobre a segurança da substância.
Navegue com segurança pelo mundo dos esmaltes em gel, garantindo que suas escolhas são conscientes e alinhadas com a sua saúde.