O Brasil possui um dos maiores registros de Doadores de Medula Óssea no mundo, com 5,9 milhões de doadores cadastrados, de acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Apesar desse número expressivo, a doação efetiva enfrenta desafios significativos. Uma das principais dificuldades está na atualização dos dados cadastrais dos doadores. Muitos voluntários não atendem ao chamado para a doação devido a informações incorretas, reduzindo as chances de um transplante bem-sucedido.
O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, celebrado no terceiro sábado de setembro, busca conscientizar sobre a importância dessa prática altruísta. Criado para destacar a cooperação global em transplantes de medula, esse dia serve para agradecer aos doadores e enfatizar a necessidade contínua de novos registros. A doação de medula é comparável à doação de sangue em termos de generosidade e impacto na vida de pacientes que necessitam de um transplante para condições como leucemias e linfomas.
Como funciona o transplante de medula óssea?

O transplante de medula óssea, também conhecido como transplante de células-tronco hematopoiéticas, visa substituir uma medula danificada por outra saudável. Essa técnica é essencial para restabelecer a produção normal de células sanguíneas e tratar diversas doenças hematológicas e imunológicas. No entanto, encontrar um doador compatível pode ser demorado, levando meses ou, em alguns casos, anos. Por isso, aumentar o número de registros ativos é crucial.
Quem pode se cadastrar como doador?
A elegibilidade para se tornar um doador de medula óssea no Brasil requer que o voluntário tenha entre 18 e 35 anos e esteja em boas condições de saúde. Não é permitido o cadastro de pessoas com doenças infecciosas, hematológicas ou neoplásicas. Após confirmar a aptidão, o candidato deve se registrar em um hemocentro local e doar uma amostra de sangue para testes de compatibilidade. Esses dados ficarão armazenados até os 60 anos, permitindo responder rapidamente a um pedido de doação.
Qual é o processo de doação de medula óssea?
Se uma compatibilidade for identificada, o doador é convidado a realizar a coleta das células-tronco. Existem duas técnicas principais: a coleta por sangue periférico, que utiliza uma máquina de aférese, e a punção direta nos ossos da bacia sob anestesia, garantindo que o doador não sinta dor. O material coletado é então infundido no receptor, similar a uma transfusão de sangue, com o objetivo de promover a criação de uma nova e saudável medula óssea.
Qual é o papel do REDOME e do REREME?
O papel fundamental do REDOME é gerenciar o banco de dados dos doadores para facilitar a identificação de compatibilidade. Uma vez encontrado um possível doador, o Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (REREME) possibilita o cruzamento de informações entre doadores e receptores. Esse sistema de registros garante que os dados estejam sempre acessíveis e que correspondências sejam estabelecidas de forma eficiente, maximizando as chances de sucesso de um transplante.
A conscientização contínua e a atualização dos registros de doadores são cruciais para assegurar que mais vidas sejam salvas. Embora o número de doadores seja significativo, a precisão e a acessibilidade dos dados são essenciais para transformar esses números em transplantes realizados.
Entre em contato:
Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271
