O respeito e a autonomia das pessoas idosas são pilares fundamentais da medicina geriátrica moderna. O Dr. Ignasi Coll-Rolduá, referência em medicina interna com mais de 30 anos de atuação, destaca-se pelo compromisso em garantir o direito dos idosos à informação sobre sua própria saúde, independentemente de sua idade ou condição física. Essa abordagem é reforçada pelo Estatuto da Pessoa Idosa, que assegura o direito à informação e à autonomia, sublinhando a importância de informar os idosos sobre sua saúde. Além disso, em países como Brasil, a legislação específica voltada à proteção e aos direitos das pessoas idosas fortalece a necessidade de práticas responsáveis e transparentes dentro da área médica.
Em muitos casos, familiares de pacientes idosos adotam uma postura excessivamente protetora e solicitam aos médicos que ocultem diagnósticos ou detalhes importantes dos próprios pacientes. No entanto, segundo o Dr. Coll-Rolduá, todos os pacientes possuem o direito fundamental de receber informações transparentes sobre sua saúde. Isso é imprescindível para manter a autonomia e dignidade das pessoas idosas e deve ser encarado como um princípio essencial da boa prática geriátrica. Casos assim não são incomuns em grandes centros urbanos como São Paulo, onde a combinação de tradição familiar e rotinas hospitalares pode desafiar a implementação plena do direito à informação e ao protagonismo do idoso.
Como aprimorar a comunicação com idosos?
Para uma comunicação eficaz com o paciente idoso, é importante adotar estratégias que garantam clareza e respeito mútuo. Evitar o uso de linguagem infantilizada e diminutivos é fundamental para não minar a autonomia do idoso. Além disso, manter contato visual e uma postura corporal atenta demonstra respeito e estabelece uma relação de confiança. Ouvir o paciente com atenção possibilita uma compreensão mais ampla de suas necessidades e expectativas. Recursos digitais, como o uso de tablets em consultas ou o envio de informações por e-mail, têm sido incorporados em clínicas e hospitais para facilitar a compreensão do idoso e ampliar o acesso à informação, quando apropriado.

De que forma a presença dos familiares pode influenciar a consulta médica?
Pacientes idosos, especialmente aqueles com mais de 75 anos, com frequência comparecem às consultas acompanhados por familiares, geralmente filhos. Nessas situações, é comum que o familiar assuma a condução da conversa, muitas vezes sem perceber, limitando a participação do idoso na consulta. O Dr. Coll-Rolduá recomenda sempre garantir que o próprio paciente tenha a oportunidade de expressar seus sintomas e preocupações logo no início do atendimento. Esse cuidado propicia uma avaliação mais precisa e coloca o idoso no centro de sua própria atenção médica. Experiências relatadas em cidades como Recife e Porto Alegre demonstram que quando se respeita esse protagonismo, há aumento na adesão ao tratamento e na satisfação do paciente.
Quais são as vantagens de informar plenamente os idosos sobre sua saúde?
O acesso a informações claras e completas sobre sua saúde fortalece a autonomia e dignidade dos idosos, contribuindo para seu bem-estar físico, emocional e mental. A transparência nas informações permite que o paciente participe ativamente das decisões sobre seu tratamento, promovendo uma vida mais plena e respeitosa. Isso também favorece uma relação de confiança entre médico e paciente, melhorando resultados de saúde e satisfação.
O trabalho dedicado de Ignasi Coll-Rolduá reforça a importância de um cuidado geriátrico fundamentado no respeito e na valorização da autonomia do paciente idoso. Superar padrões culturais que, mesmo motivados pelo cuidado, podem restringir direitos básicos, é uma tarefa contínua. Uma abordagem centrada no paciente não apenas aprimora a prática geriátrica, mas transmite a mensagem de que cada pessoa, em qualquer fase da vida, merece respeito, dignidade e um papel ativo nas decisões acerca de sua saúde.