Nem todos sentem afinidade com cães — e isso não significa falta de empatia. A psicologia aponta fatores pessoais e ambientais que influenciam essa relação de forma significativa.
- Experiências de infância ou traumas moldam o vínculo
- Diferenças de personalidade e sensibilidade sensorial
- Contexto cultural ou estilo de vida influencia percepção
Quais experiências da infância podem afastar alguém dos cães?
Quem sofreu com mordidas, sustos ou situações traumáticas envolvendo cachorros pode desenvolver uma relação negativa, ou medo. Essas experiências marcantes tendem a criar resistência ao contato, mesmo na vida adulta.
Além disso, crianças que cresceram em ambientes onde cães eram tratados como perigosos ou quase sempre agressivos geralmente internalizam esses medos, o que reduz a vontade de interagir ou se aproximar desses animais no futuro.

Que traços de personalidade impactam essa conexão?
Algumas pessoas são mais organizadas, exigentes ou procuram ambientes previsíveis; cães costumam ser vistos por elas como imprevisíveis e caóticos. Também há quem tenha um estilo de apego evitativo e se sinta sobrecarregado pela intensidade afetiva canina.
A alta sensibilidade sensorial ou neurodivergência também pode pesar: ruídos, pelos, movimentos bruscos costumam gerar desconforto. Nesses casos, a falta de afinidade é um mecanismo de proteção emocional, não uma carência afetiva).
O que o contexto cultural e geracional tem a ver com isso?
Em zonas rurais, por exemplo, cães são frequentemente vistos como animais de trabalho; em ambientes urbanos, são mais companheiros afetivos. Essa diferença molda expectativas e percepções desde cedo — e influência se alguém se sente próximo ou distante desses animais.
Gerações mais jovens ou expostas a redes sociais tendem a valorizar laços afetivos com bichos de estimação, enquanto outras culturas priorizam utilidades práticas e funcionalidade dos cães, o que provoca distanciamento emocional em quem vive nesses ambientes.

Em que medida ter pouco tempo ou energia interfere nessa relação?
Cuidar de um cão exige dedicação: atenção, limpeza, exercício. Para quem tem rotina muito exigente, trabalho intenso ou responsabilidades acumuladas, essa carga pode ser percebida como incômodo ou obrigação.
Falta de tempo ou energia prejudica a disponibilidade para criar vínculo, usar espaço ou tolerar os comportamentos caninos, gerando uma relação distante ou até evitativa.
Como lidar de forma prática com essa falta de conexão?
Para quem quer aproximar-se, mesmo que aos poucos, há práticas simples que ajudam a suavizar o desconforto e construir uma convivência mais confortável com cães.
- Conhecer cães calmos em ambientes controlados para reduzir medo ou ansiedade
- Estabelecer limites próprios e respeitar seu ritmo emocional
- Buscar informações sobre comportamento animal para entender sinais e expectativas