Uma pesquisa recente da organização de defesa do consumidor Choice Australia aponta que alguns dos protetores solares mais populares e caros da Austrália não cumprem o Fator de Proteção Solar (FPS) indicado em suas embalagens. Austrália, sendo a nação com as taxas de câncer de pele mais altas do mundo, enfrenta um grave problema de saúde pública.
- 16 dos 20 produtos analisados não oferecem a proteção prometida.
- Ultra Violette retirou do mercado seu produto Lean Screen SPF 50.
- Um único laboratório nos Estados Unidos certificou a maioria dos produtos reprovados.
Quais protetores prometem mais do que entregam? Suspeitas no mercado australiano
Um relatório publicado pela Choice Australia em junho detalhou que 16 dos 20 filtros solares mais populares falham em fornecer a proteção anunciada em seus rótulos. Essa constatação desencadeou uma investigação oficial da Associação de Produtos Terapêuticos (TGA).
O caso mais grave é do produto Lean Screen SPF 50 Mattifying Zinc Skinscreen da Ultra Violette, que registrou um FPS de apenas quatro, apesar de ser divulgado como FPS 50. Essa discrepância resultou na retirada do produto do mercado e na rescisão do contrato com o laboratório de testes original.

Por que os produtos oferecem menos proteção do que prometem?
Segundo uma investigação conduzida pela Australian Broadcasting Corporation (ABC), um laboratório dos Estados Unidos, conhecido por registrar sistematicamente resultados altos, certificou pelo menos metade dos produtos testados pela Choice Australia. Esse fato sugere problemas intrínsecos nos testes de eficácia dos protetores solares.
A química cosmética Michelle Wong explica que vários fatores, como a textura e o tom de pele da pessoa submetida ao teste, podem influenciar os resultados, tornando o processo algo inerentemente variável e, possivelmente, sujeito a manipulação.
Como garantir uma melhor proteção da pele? Desafios e possíveis soluções
Austrália, o país com as taxas mais altas de câncer de pele, enfrenta o desafio de aumentar a confiabilidade de seus produtos de proteção solar. A TGA está avaliando a possibilidade de revisar os requisitos atuais de testes de FPS, destacando a necessidade urgente de normas mais confiáveis e transparentes para o setor.
Ultra Violette, ao retirar seu produto e realizar novos testes em sua linha, assumiu um papel responsável, assim como outras marcas que interromperam a venda de produtos considerados suspeitos.
O que aprender com este caso e quais caminhos seguir?
- A rotulagem e os testes de FPS precisam de revisões mais rigorosas e transparentes.
- As investigações atuais expuseram fragilidades nos procedimentos de certificação do FPS.
- O comprometimento das marcas com a segurança do consumidor é fundamental para evitar novos problemas no futuro.