Despertar ofegante durante a noite pode ser um alerta: a apneia do sono sobrecarrega o coração e está ligada a arritmias e falhas na circulação. Um cardiologista explica riscos, sinais de atenção e cuidados essenciais.
- O que é o distúrbio e como afeta o coração;
- Sinais de alerta que exigem investigação clínica;
- Tratamentos e hábitos que reduzem riscos noturnos.
O que é apneia do sono e por que preocupa o coração?
A apneia do sono é um distúrbio respiratório que provoca pausas repetidas na ventilação e quedas do oxigênio durante a noite. É quando a respiração cessa por instantes e o cérebro desperta o corpo para voltar a respirar. Esse ciclo impõe estresse cardiovascular.
Ao interromper o sono profundo, o organismo libera adrenalina, eleva a pressão arterial e acelera os batimentos, somando microdespertares ao longo da noite. Esse padrão fragmenta o descanso e, com o tempo, favorece hipertensão e disfunções no músculo cardíaco.

Quais sinais indicam risco e merecem avaliação médica?
Nem todo ronco é perigoso, mas alguns sinais pedem atenção clínica imediata. Despertar sufocando, pausas audíveis na respiração e sonolência diurna excessiva sugerem apneia moderada a grave. Reconhecer esses marcadores acelera diagnóstico e tratamento.
- Despertares noturnos com sensação de sufoco ou falta de ar;
- Ronco alto com pausas respiratórias observadas por terceiros;
- Cansaço constante, dor de cabeça matinal e atenção reduzida.
Como a apneia pode desencadear arritmias e parada noturna?
As quedas repetidas de oxigênio desorganizam a condução elétrica do coração, elevando a chance de batimentos irregulares. O estresse autonômico noturno favorece arritmias, especialmente fibrilação atrial, em pacientes não tratados. Esse risco cresce com a gravidade do distúrbio.
Segundo o cardiologista Dr. Prateek Chaudhary, do Asian Hospital, despertares súbitos trazem picos simultâneos de pressão e frequência cardíaca. Com a repetição, formam-se danos vasculares e alterações do ritmo que podem culminar em eventos graves durante a noite.

Qual é o impacto da apneia na pressão e no músculo cardíaco?
As pausas respiratórias e os microdespertares forçam as artérias a lidar com variações bruscas de pressão. No longo prazo, o enrijecimento dos vasos aumenta a carga do coração e contribui para hipertensão sustentada. Esse cenário encurta a vida útil do sistema cardiovascular.
Em casos não tratados, a oxigenação irregular e o sono fragmentado comprometem a força do miocárdio. Pacientes com apneia e insuficiência cardíaca tendem a piorar sem manejo adequado, com mais internações e menor sobrevida, alerta o especialista entrevistado.
Quais medidas práticas reduzem riscos e melhoram o sono?
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado reduzem de forma relevante as complicações cardiovasculares. Seguir orientação médica, tratar o distúrbio e ajustar hábitos noturnos diminui sufocos e estabiliza o coração. Veja ações simples adotadas na prática.
- Procure avaliação com especialista do sono; exames como polissonografia confirmam o diagnóstico;
- Use terapias indicadas, como CPAP ou órtese mandibular, conforme prescrição;
- Cuide do estilo de vida: controle do peso, evitar álcool à noite e rotina regular de sono.