O tema café na gravidez gera dúvidas, mas a OMS, EFSA e FDA concordam: consumo moderado pode ser permitido com limites claros. A nutricionista Iva Marques explica como ajustar as doses e evitar riscos conforme a gestação avança.
- Limite diário sugerido de 200 mg de cafeína
- Metabolismo fica mais lento no terceiro trimestre
- Descafeinado é alternativa com menos de 0,1% de cafeína
Beber café na gestação é permitido com segurança?
Autoridades como Organização Mundial da Saúde, EFSA e FDA indicam que a ingestão moderada pode ser compatível com a gestação, desde que somada a todas as fontes de cafeína do dia. A orientação é reforçada pela Associação Americana de Gravidez.
É permitido consumir com moderação, respeitando o teto diário e avaliando a tolerância individual. A nutricionista Iva Marques ressalta que quem já consumia pode manter o hábito, ajustando a quantidade e observando sintomas como azia, ansiedade e taquicardia.

Quais limites de cafeína valem em cada trimestre?
As diretrizes convergem para até 200 mg por dia, mas a meia-vida da cafeína aumenta ao longo da gestação. No fim da gravidez, pode triplicar e chegar a cerca de 20 horas, exigindo cautela extra para evitar acúmulo no organismo materno e fetal.
- Referência geral: até 200 mg/dia (OMS, EFSA, FDA)
- 1º e 2º trimestres: manter o teto e somar todas as fontes
- 3º trimestre: reduzir a dose, pois a eliminação fica mais lenta
- Equivalências médias: filtrado 100–200 mg; expresso 30 ml até 80 mg; instantâneo 60–100 mg
O que a ciência já observou sobre riscos ao bebê?
Estudos observacionais do NIH, incluindo publicação na JAMA Network Open, associam consumo mesmo abaixo de 200 mg a menor peso ao nascer em algumas populações. Outros trabalhos não confirmam a relação, mantendo o tema em debate científico.
A recomendação prática é cautela: respeitar o teto diário e monitorar respostas individuais. Doses altas podem causar nervosismo e arritmias na mãe e, teoricamente, reduzir fluxo uteroplacentário, afetando crescimento fetal; por isso, evitar excessos é essencial.

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Café descafeinado e outras bebidas são opções?
O descafeinado é alternativa válida quando contém menos de 0,1% de cafeína em peso seco; segundo Iva Marques, solventes usados na descafeinação não persistem no produto final. Chás vermelho, verde ou preto têm menos cafeína, mas somam na conta diária.
Escolher infusões suaves e sem açúcar ajuda a manter hidratação e reduzir a ingestão total de cafeína. Observe sintomas como refluxo e azia, comuns na gestação, e ajuste por tolerância. Bebidas energéticas e refrigerantes de cola não são recomendados.
Como ajustar o consumo no dia a dia da gestante?
A meia-vida da cafeína cresce ao longo da gravidez, então planejar horários e porções evita acúmulos. Some café, chás, chocolate e refrigerantes ao calcular a dose. Se surgirem palpitações, ansiedade ou azia, reduza imediatamente e converse com o médico.
- Prefira porções menores ao longo do dia em vez de uma dose alta
- Alterne com descafeinado e inclua opções sem cafeína
- Registre as fontes de cafeína e mantenha-se abaixo de 200 mg