Pesquisas recentes indicam que alimentos ultraprocessados podem gerar dependência em parte da população adulta, com impactos diretos na saúde física e mental.
- 1 em cada 5 mulheres apresenta sinais de dependência
- Saúde mental e isolamento social elevam os riscos
- Especialistas defendem prevenção desde a infância
O que os estudos mostram sobre vício em alimentos ultraprocessados?
Um estudo da Universidade de Michigan revelou que 21% das mulheres e 10% dos homens de meia-idade atendem aos critérios clínicos de dependência de produtos ultraprocessados. Os números são ainda mais preocupantes entre aqueles que cresceram cercados por esse tipo de alimento.
Esses alimentos são formulações industriais ricas em gorduras, açúcares e aromatizantes, criadas para aumentar o prazer ao consumir. Essa combinação potencializa o risco de comportamentos compulsivos e de perda de controle sobre a ingestão.

Quais fatores aumentam o risco de dependência?
Os pesquisadores identificaram variáveis pessoais que ampliam a probabilidade de desenvolver dependência alimentar. Entre elas, destacam-se a percepção de sobrepeso, problemas emocionais e isolamento social.
- Perceber-se acima do peso aumenta em até 19 vezes o risco
- Problemas de saúde mental multiplicam as chances por até 4
- Sentir-se solitário triplica a probabilidade de dependência
Como a saúde mental influencia essa relação?
A pesquisa mostrou que a saúde mental exerce papel decisivo na dependência. Homens com dificuldades emocionais têm até quatro vezes mais chance de apresentar vício em alimentos ultraprocessados, enquanto entre as mulheres o índice quase triplica.
Sentimentos de solidão e exclusão social também funcionam como gatilhos, levando muitas pessoas a recorrerem a alimentos como forma de compensação emocional e mecanismo de enfrentamento.

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Existe consenso entre especialistas sobre o vício alimentar?
Embora não haja consenso definitivo, evidências indicam que esses produtos ativam áreas cerebrais semelhantes às de drogas e álcool. Sintomas relatados incluem perda de controle, desejo intenso e persistência do consumo, mesmo diante de consequências negativas.
Segundo a Sociedade Argentina de Nutrição, as estratégias de prevenção e tratamento seguem linhas semelhantes às usadas em transtornos alimentares e vícios comportamentais, com abordagem multidisciplinar envolvendo médicos, psicólogos e nutricionistas.
Quais medidas ajudam a reduzir o consumo desses produtos?
Especialistas recomendam ações que podem diminuir os riscos associados ao consumo excessivo de ultraprocessados, tanto em nível individual quanto coletivo.
- Promover acesso a alimentos frescos e minimamente processados
- Iniciar a prevenção ainda na infância e adolescência
- Adotar terapias que reforcem hábitos saudáveis e equilíbrio emocional