O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) desempenha um papel vital no amparo aos trabalhadores brasileiros. No entanto, milhões de cidadãos estão enfrentando uma realidade preocupante: a ausência dos depósitos mensais devidos em suas contas de FGTS. Esta lacuna não apenas representa um obstáculo financeiro imediato, mas também compromete o futuro e os planos de muitos trabalhadores, que podem utilizar esses recursos para situações como demissões sem justa causa, tratamento de doenças graves, ou até mesmo na compra da casa própria.
O problema afeta 42 milhões de brasileiros com direito ao benefício. A prática exige que os empregadores depositem mensalmente cerca de 8% do salário bruto de cada colaborador em uma conta específica para o FGTS. No entanto, cerca de 1,6 milhão de empresas em todo o país falham em cumprir essa obrigação, resultando em um déficit superior a R$ 10 bilhões. Esse montante gigantesco representa a soma dos depósitos que não foram feitos ou foram insuficientes para milhões de trabalhadores.
Como o governo está lidando com a questão?

O Ministério do Trabalho está ciente da situação e tem adotado medidas para cobrar os empregadores inadimplentes. Este esforço é liderado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho que promove uma cobrança amigável aos devedores, incentivando a regularização dos pagamentos.
Entretanto, a complexidade e o volume de casos exigem uma abordagem mais abrangente para resolver completamente o problema.
Quais são os impactos para os trabalhadores?
A ausência dos depósitos do FGTS tem impactos profundos na vida dos trabalhadores. Primeiro, além de se privarem de um direito garantido por lei, muitos trabalhadores não conseguem utilizar esses recursos em situações críticas, como uma demissão sem justa causa. A falta de fundos adiou o sonho de adquirir a casa própria em diferentes ocasiões ou atender emergências financeiras.
O que pode ser feito pelo trabalhador afetado?
Os trabalhadores devem acompanhar regularmente seus extratos de FGTS, o que pode ser feito através do aplicativo oficial ou nas agências da Caixa Econômica Federal, responsável pela administração do fundo.
Caso identifiquem irregularidades, recomenda-se que procurem o setor de Recursos Humanos da empresa para esclarecimentos e, se necessário, entrem em contato com o Ministério do Trabalho. Também é sugerido buscar assistência jurídica para garantir o cumprimento dos direitos trabalhistas quando necessário.
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Quais estados são mais afetados?
O problema não é uniforme em todo o país. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os mais afetados, concentrando o maior número de empregados impactados por esta ineficiência. As razões para isso variam, incluindo o tamanho populacional dos estados e a concentração de empresas em cada região. De qualquer modo, a inação contínua dos empregadores afeta severamente a confiança e a segurança financeira de milhões de brasileiros.
Portanto, a resolução desse imbróglio requer não apenas a ação governamental mais rigorosa, mas também uma conscientização maior dos empregadores sobre suas responsabilidades e das potenciais sanções que podem enfrentar em caso de inadimplência.