Recentemente, surgiram discussões sobre o desligamento do SICOBE e sua suposta relação com a adição de metanol em bebidas destiladas. Este artigo analisa a situação, destacando a verdadeira função do sistema e as investigações em curso. Além disso, apresenta as ações emergenciais tomadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o empenho interinstitucional para conter a crise recente de intoxicações por metanol no Brasil.
- O controle de bebidas destiladas é realizado através de selos específicos.
- SICOBE não monitora destilados, mas refrigerantes e cervejas.
- A Receita Federal investiga intensamente atividades criminosas ligadas ao metanol e está agindo duramente para desmantelar esquemas de fraude envolvendo o uso de substâncias ilícitas na produção de bebidas.
- A Anvisa está mobilizada, monitorando os casos de intoxicação e articulando medidas de resposta rápida.
O que é o SICOBE e qual é sua função?
SICOBE, ou Sistema de Controle de Produção de Bebidas, tem como objetivo principal controlar a produção de refrigerantes e cervejas. Ao contrário do que muitos pensam, ele não está relacionado com a fiscalização de bebidas destiladas, como whisky e gin. SICOBE utilizava dispositivos eletrônicos para monitorar linhas de produção em fábricas, promovendo maior rastreabilidade e controle tributário.
Por que o SICOBE foi desligado?
A interrupção do SICOBE foi decidida após uma análise detalhada realizada pelo Supremo Tribunal Federal. A avaliação baseou-se em constatações técnicas do Tribunal de Contas da União, que não encontrou ilegalidades no ato declaratório da Receita.

Como ocorre o controle dos destilados?
O controle das bebidas destiladas, como vodka e gin, é realizado através da utilização de selos específicos. Esses selos permitem que consumidores e autoridades verifiquem a autenticidade do produto de forma eficiente. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registra e regula o processo produtivo das bebidas, sendo importante que consumidores consultem orientações do órgão para identificar produtos autênticos.
Existe relação entre o SICOBE e a adição de metanol?
As declarações da Associação Brasileira de Combate à Falsificação geraram confusão ao relacionar o desligamento do SICOBE com a adição criminosa de metanol. No entanto, as bebidas destiladas não são monitoradas por esse sistema, tornando a correlação feita infundada. O controle sobre a circulação e uso do metanol, bem como o combate à sua adição a produtos de consumo, depende de um conjunto de medidas integradas de fiscalização, incluindo a atuação de órgãos como Receita Federal, Anvisa e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Como a Receita Federal investiga o caso?
As operações Carbono Oculto e Cadeia de Carbono revelam o esforço da Receita contra as organizações criminosas. O foco é desestruturar o pilar financeiro dessas entidades, atacando diretamente a utilização do metanol e de outros combustíveis em atividades ilícitas. A Receita Federal está agindo duramente: além de intensificar a fiscalização, está ampliando o monitoramento sobre a produção, distribuição e comercialização de bebidas em todo o país, realizando operações integradas com outros órgãos de segurança, inclusive em cooperação com a Polícia Federal e secretarias de segurança estaduais.
Atenção: A Receita continua vigilante e ativa em sua missão de coibir fraudes no setor de bebidas.
O que a Anvisa faz emergencialmente contra o metanol?
Desde a última semana, a Anvisa acompanha atentamente os casos de intoxicação por metanol registrados no país. A Agência integra a Sala de Situação sobre o tema, instalada pelo Governo Federal, e atua em parceria com o Ministério da Saúde em ações estratégicas e coordenação das Vigilâncias Sanitárias locais. Entre as medidas emergenciais adotadas, destaca-se:
- Fomepizol: A Anvisa trabalha para viabilizar a chegada do antídoto fomepizol, consultando autoridades reguladoras internacionais e coordenando um edital para aquisição rápida do medicamento pelo Ministério da Saúde.
- Suporte laboratorial: Em articulação com a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA), a Agência incentiva o fluxo de análises para detecção de metanol em bebidas suspeitas em diferentes estados.
- Fiscalização em campo: Apoio direto às Vigilâncias Sanitárias locais em operações para identificar e retirar do mercado produtos adulterados.
- Alternativas emergenciais: Para situações de escassez, está em curso a estratégia de produção emergencial de etanol grau farmacêutico em farmácias e laboratórios autorizados.
- Disque-Intoxicação (0800-722-6001): Serviço nacional mantido pela Anvisa para esclarecimentos e primeiros socorros em casos suspeitos de intoxicação.
Por que é tão importante manter o controle adequado?
- A presença de selos é crucial para garantir a autenticidade das bebidas.
- Reforçar a fiscalização é essencial para evitar práticas fraudulentas. A atuação dura da Receita Federal contribui significativamente para aumentar a segurança dos consumidores.
- As operações em curso pela Receita e a atuação conjunta de órgãos como Anvisa e Mapa destacam a eficácia no combate ao crime.
Consumidores e comerciantes devem estar atentos e denunciar produtos suspeitos às Vigilâncias Sanitárias. Mais orientações sobre prevenção e canais de socorro podem ser consultadas através dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit) em abracit.org.br.