A Obesidade é uma condição de saúde crônica que transcende o simples aumento de peso, com efeitos adversos em diversos sistemas do corpo. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, é projetado que atualmente 31% dos adultos brasileiros sofrem de Obesidade. Esse panorama preocupa pelas consequências que traz à saúde individual e coletiva, além de sobrecarregar o sistema de saúde do país.
Os dados históricos mostram que, nas últimas duas décadas, os índices de Obesidade no Brasil mais que dobraram. Em 2003, cerca de 12% dos adultos eram obesos, percentual que saltou para quase 27% em 2019. As projeções para 2025 indicam o agravamento dessa tendência, apontando que um terço da população adulta pode estar convivendo com a obesidade. A continuidade desse crescimento a longo prazo sugere que quase metade dos brasileiros poderá estar obeso até o ano de 2044, um cenário alarmante que requer ações preventivas urgentes.
Quais são os efeitos da Obesidade nos sistemas corporais?
Embora muitas vezes subestimados, os sinais de Obesidade nem sempre são óbvios, mas o corpo gera sinais que podem passar despercebidos. O cansaço exacerbado em atividades diárias simples, como subir escadas ou caminhar pequenas distâncias, é comumente associado ao sedentarismo, mas também pode indicar sobrecarga sistêmica causada pelo excesso de peso. Este é um alerta importante de que o sistema cardiorrespiratório pode estar trabalhando além do nível saudável.
Ainda que o excesso de peso impacte notoriamente a capacidade física, também afeta a qualidade do sono. A apneia do sono, por exemplo, é prevalente entre indivíduos com Obesidade, gerada pelo acúmulo de gordura nas regiões cervical e abdominal, que dificultam a respiração noturna. Tal condição frequentemente resulta em roncos altos e em sonolência diurna, impactando o bem-estar diário.

Como a Obesidade afeta a saúde mental e hormonal?
Além dos desafios físicos, a Obesidade também influencia a saúde mental e hormonal. Em mulheres, o excesso de gordura pode causar desequilíbrios hormonais, levando a questões como irregularidade menstrual e dificuldades para engravidar. Adicionalmente, o impacto emocional da Obesidade, que inclui sentimentos de vergonha e experiências de estigmatização social, pode contribuir para quadros de ansiedade e depressão, impactando ainda mais o enfrentamento desse quadro clínico.
Diversos outros efeitos menos óbvios também são significativos, como os problemas articulares. Com o excesso de peso, articulações como joelhos e tornozelos suportam cargas além do ideal, contribuindo para o desenvolvimento de doenças degenerativas como a artrose. Além disso, o aumento do tecido adiposo compromete a microcirculação e a resposta inflamatória, afetando até mesmo a capacidade de cicatrização de feridas simples.
Quais medidas podem ser adotadas para combater a Obesidade?
O combate efetivo à Obesidade requer uma abordagem multifacetada. Medidas que englobam adoção de dietas equilibradas, promoção de atividades físicas regulares e conscientização sobre hábitos mais saudáveis são fundamentais. Além disso, é crucial a implementação de políticas públicas que incentivem ambientes mais saudáveis e que ofereçam suporte às pessoas no caminho do tratamento adequado.
É vital que a Obesidade seja reconhecida como um problema sério, e não apenas estético. O reconhecimento precoce dos sinais e o tratamento adequado podem aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Com apoio governamental e conscientização da sociedade, é possível mitigar as projeções alarmantes e trabalhar para um futuro mais saudável para todos os brasileiros.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
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