A recente aprovação de novas regras para a concessão de licença-maternidade e salário-maternidade no Brasil, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe mudanças significativas para casos de internação prolongada da mãe ou do recém-nascido. Essa nova legislação estabelece que, em situações onde a internação dura mais de duas semanas, tanto a licença-maternidade quanto o salário podem ser estendidos em até 120 dias. Este período começa a ser contado a partir da data de alta hospitalar, seja da mãe ou do bebê, priorizando aquele que sair por último.
O diferencial desta nova norma é que ela altera o marco inicial da contagem dos benefícios. Anteriormente, o período de licença começava a partir do parto. Com a nova regulamentação, o foco se desloca para a alta hospitalar, oferecendo à mãe e ao recém-nascido um tempo de adaptação e cuidado ampliado. Isto é particularmente importante nos primeiros meses de vida do bebê, considerados cruciais para o desenvolvimento inicial. Especialistas na área do Direito do Trabalho salientam que esta mudança vem alinhar o Brasil às práticas já observadas em algumas decisões judiciais anteriores, formalizando uma abordagem mais humanizada.
Como funcionam os novos critérios para a licença-maternidade?

Com a sanção das novas regras, a dinâmica de concessão da licença-maternidade foi ajustada para melhor atender situações complexas de saúde que envolvam longas internações. Isso significa que, caso a mãe ou seu bebê permaneçam hospitalizados por um período superior a duas semanas, a licença começará a ser contada apenas após a alta, proporcionando mais tempo para o estabelecimento do vínculo e cuidado necessário ao recém-nascido.
Além disso, o impacto não recai unicamente sobre as famílias beneficiadas, mas também sobre as empresas e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que are da logística do pagamento do salário-maternidade. O empregador é responsável por pagar inicialmente esse benefício, contudo, tem direito a compensar esse valor nas contribuições previdenciárias subsequentes. Para categorias de seguradas especiais, como empregadas domésticas, o salário-maternidade é diretamente pago pelo INSS.
O que muda para as empresas com as novas regras?
Para as empresas, a nova legislação não só requer ajustamentos nas práticas administrativas, mas também oferece mais clareza quanto às suas obrigações legais. O pagamento inicial do salário-maternidade pelas empresas pode ser deduzido nas contribuições futuras ao INSS, evitando, assim, uma sobrecarga financeira. Esta estrutura busca garantir um equilíbrio saudável entre os direitos das trabalhadoras e a capacidade de compliance das empresas.
- Pagamento inicial do salário-maternidade pela empresa.
- Compensação futura com o INSS.
- Alinhamento com práticas jurídicas preexistentes.
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Quais são os impactos sociais da nova licença-maternidade?
A implementação dessa nova regra pode ter repercussões sociais significativas, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento dos laços familiares e ao desenvolvimento saudável na primeira infância. Com mais tempo disponível para cuidados pós-parto, espera-se um impacto enriquecedor na qualidade de vida tanto das mães quanto dos bebês.
Este é um passo importante na direção de políticas públicas que reconhecem e valorizam o papel essencial das mulheres na sociedade, garantindo que suas necessidades sejam atendidas de forma justa e equitativa. A sanção da nova legislação representa um avanço significativo na promoção dos direitos das mães trabalhadoras no Brasil.