A Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta sobre o aumento do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. O relatório aponta que esse hábito ameaça reverter avanços obtidos no combate ao tabagismo global.
- 15 milhões de jovens entre 13 e 15 anos usam cigarros eletrônicos
- Uso da nicotina começa mais cedo e aumenta a dependência
- Projeções indicam queda no tabagismo, mas com riscos de retrocesso
Por que os cigarros eletrônicos preocupam a OMS?
Segundo o relatório, os cigarros eletrônicos não apenas substituem o tabaco tradicional, mas também criam novas formas de dependência. O risco de um jovem começar a usar esses dispositivos é nove vezes maior do que o de um adulto.
Esses produtos são muitas vezes apresentados como menos nocivos, mas a OMS alerta que eles podem comprometer décadas de esforço na redução do tabagismo, especialmente entre menores de idade.
Quais são os números mais recentes sobre o consumo?
O relatório da OMS estima que haja 86 milhões de usuários de cigarros eletrônicos no mundo. A maior concentração está em países de alta renda, onde o acesso é mais fácil.
LeiaTambém
- 15 milhões de jovens entre 13 e 15 anos já fumam cigarros eletrônicos
- A prevalência de fumantes de tabaco caiu de 1,38 bilhão em 2000 para 1,237 bilhão em 2024
- A meta da OMS é reduzir o percentual de 19,5% em 2024 para 17,4% até 2030
Como está a redução do tabagismo tradicional?
O tabagismo vem diminuindo de forma consistente nas últimas duas décadas. O número de fumantes caiu em 140 milhões desde o início do século, resultado de campanhas e restrições mais rígidas.
Entre as mulheres, a queda é ainda mais acentuada, passando de 16,5% em 2000 para 6,6% em 2024, enquanto entre os homens a prevalência segue mais alta, em torno de 32,5%.
Leia mais: Está pronto para largar o cigarro? Saiba como identificar gatilhos e evitar recaídas
Quais regiões e faixas etárias são mais afetadas?
Atualmente, a faixa etária de 45 a 54 anos concentra a maior taxa de fumantes, apesar da redução de 42,1% em 2000 para 25% em 2024. Já entre jovens de 15 a 24 anos, a queda foi de 20,3% para 12,1%.
Regionalmente, a Europa lidera o consumo de tabaco em 2024, com 24,1%, enquanto a América registra 14% e a África 9,5%. No Sudeste Asiático, que era a região mais afetada em 2000, houve uma redução significativa.
O que pode ser feito para frear o avanço entre os jovens?
Apesar da redução global, a OMS destaca que a indústria do tabaco se reinventa com novos produtos e campanhas direcionadas aos adolescentes. Governos precisam agir rapidamente para proteger as próximas gerações.
- Reforçar leis contra publicidade de cigarros eletrônicos
- Implementar campanhas educativas nas escolas
- Ampliar o acesso a programas de prevenção e tratamento da dependência