Nos últimos dias, a formação de um ciclone extratropical tem despertado grande preocupação, especialmente no estado do Rio Grande do Sul. De acordo com especialistas da Metsul Meteorologia, o fenômeno climático está previsto para trazer volumes significativos de chuva e ventos fortes à região, estendendo-se também a Santa Catarina, Paraná e partes dos estados mais próximos do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Além da instabilidade, destaca-se o alerta para tempestades intensas e possíveis danos à infraestrutura nas áreas urbanas e rurais.
Relatórios do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já emitiram alerta amarelo para tempestades severas durante o período mais crítico, que deve se estender até o final de domingo. A previsão inclui riscos de chuvas torrenciais, rajadas de vento de até 60 km/h e possíveis quedas de granizo, exigindo maior atenção da população para possíveis quedas de energia, alagamentos e interrupções temporárias nos serviços.
Como o ciclone afeta a agricultura?

O ciclone terá efeitos diretos nas atividades agrícolas, afetando tanto o plantio quanto a colheita em algumas regiões do Sul. Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, o excesso de chuva pode beneficiar culturas como a soja e o café, mas também prejudicar a colheita da cana-de-açúcar e atrasar outras operações agrícolas.
Nas áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as chuvas tendem a ser irregulares até meados de novembro, dificultando a programação das safras. Os produtores da região devem se planejar para possíveis períodos de estiagem e adotar medidas que favoreçam a conservação da umidade no solo. Diante do quadro climático, especialistas sugerem o monitoramento frequente das áreas agrícolas, buscando identificar pontos de alagamento e realizar práticas de manejo para minimizar perdas. Além disso, a Conab recomenda que os agricultores mantenham contato com órgãos de assistência técnica para orientações durante eventos climáticos extremos.
O que esperar nos próximos dias?
A tendência é que, após o pico de instabilidade previsto para o início da semana, haja gradativa melhoria das condições climáticas. O Rio Grande do Sul deve começar a registrar tempo mais firme na segunda-feira, ainda com ocorrência de nebulosidade e chuvas isoladas em alguns pontos, devido à circulação do sistema.
A frente fria associada ao ciclone se deslocará para o Centro-Oeste e parte do Sudeste, trazendo chuvas mais intensas antes de se dissipar no Atlântico. A expectativa é de um outubro com precipitações mais regulares para as principais áreas produtoras, favorecendo o setor agropecuário. Os meteorologistas ressaltam que, embora as chuvas tragam benefícios para alguns cultivos, a população deve se manter atualizada sobre potenciais mudanças nas previsões durante o restante da primavera.
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Quais cuidados são importantes agora?
Diante dos alertas de tempestade, recomenda-se atenção redobrada por parte dos moradores das regiões afetadas. Medidas simples, como a limpeza de calhas e a revisão de estruturas externas, podem evitar maiores danos durante as rajadas de vento e chuvas intensas.
Adicionalmente, é fundamental acompanhar boletins meteorológicos, permanecer em ambientes seguros durante o pico das tempestades e evitar áreas propensas a alagamentos ou quedas de árvores. A preparação e a informação continuam sendo essenciais para minimizar prejuízos e garantir a segurança da população e das atividades agrícolas. Em caso de emergência, a Defesa Civil orienta que sejam mantidos os números de contato de socorro facilmente acessíveis e que pequenos kits de primeiros socorros estejam disponíveis em cada residência.