Recentemente, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais tomou a decisão de manter a condenação de uma instituição bancária que havia sido responsabilizada por um episódio de roubo e fraude. O caso em questão envolveu a transferência ilícita de valores de um escritório de advocacia, cuja conta foi invadida por criminosos após o furto de um celular desbloqueado. O banco deverá reembolsar uma quantia significativa, superior a R$ 37.000, devido aos danos materiais causados ao cliente.
O advogado, cujo escritório foi vítima das transferências não autorizadas, estava em São Paulo na ocasião do ocorrido. Durante um passeio com sua família, teve seu veículo invadido e o celular roubado. O aparelho, utilizado para navegação, estava sem bloqueio, o que facilitou o acesso dos assaltantes às suas contas bancárias. Após o incidente, medidas imediatas foram tomadas pelo advogado, incluindo o registro de um boletim de ocorrência e tentativas de comunicação com seus bancos. Duas das três instituições bancárias contatadas conseguiram mitigar o dano, bloqueando transações ou devolvendo valores, mas a terceira falhou nesse aspecto.
Por que os bancos são responsáveis por transações fraudulentas?
A decisão judicial se amparou em diretrizes claras com relação à responsabilidade das instituições financeiras. De acordo com a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça, bancos são obrigados a ressarcir seus clientes por prejuízos decorrentes de fraudes e delitos realizados por terceiros, especialmente quando há falhas nos sistemas de segurança. Neste caso, o desembargador relator destacou que o banco não conseguiu impedir as operações fraudulentas, que foram realizadas em um curto espaço de tempo e durante o final de semana, um comportamento típico de atividades fraudulentas que deveria ter acionado os alertas internos.
Quais são as medidas que os bancos devem adotar?
O banco envolvido no caso alegou já dispor de medidas sólidas de segurança, mas isso não foi considerado suficiente pelo tribunal. As instituições financeiras são constantemente desafiadas a inovar e aperfeiçoar seus sistemas de proteção contra fraudes. Isso implica investir em tecnologias que permitam uma vigilância mais eficaz das transações, identificando rapidamente padrões suspeitos que podem indicar atividade criminosa. Além disso, são esperados procedimentos que exijam uma validação robusta da identidade do cliente antes de autorizar operações financeiras.

Como os consumidores podem proteger suas contas?
Embora os bancos tenham a responsabilidade de proteger os ativos de seus clientes, os próprios consumidores também devem adotar práticas seguras. Algumas dessas medidas incluem:
- Evitar armazenar senhas e informações bancárias sensíveis em dispositivos móveis.
- Ativar funções de segurança adicional, como a autenticação em duas etapas.
- Manter o software dos dispositivos sempre atualizado para proteger contra novas vulnerabilidades.
- Ficar atento a comunicados e movimentos bancários frequentes para que possíveis fraudes sejam identificadas rapidamente.
O caso de Uberlândia serve como alerta para a importância contínua da segurança digital tanto por parte dos consumidores quanto das instituições financeiras. À medida que a tecnologia avança, a sofisticação das fraudes também aumenta, exigindo uma constante atualização das práticas de segurança. Esse episódio ressalta a necessidade de vigilância rigorosa e inovação no combate a fraudes para proteger os interesses de todos os envolvidos no setor financeiro.