No atual cenário do agronegócio brasileiro, os preços de produtos agropecuários desempenham papel crucial na determinação das estratégias de mercado e na tomada de decisões de produtores e comerciantes. Entre os produtos, destacam-se milho, soja, carnes e ovos, cujos preços são monitorados e analisados de perto por todo o setor. Os valores praticados variam de acordo com as regiões, influenciando diretamente o planejamento produtivo, comercialização e exportação desses itens essenciais.
Além disso, fatores como condições climáticas, incidência de pragas, oscilação cambial e políticas de mercado global impactam significativamente a cotação dessas commodities. Em especial, as condições climáticas têm sido determinantes no desempenho agrícola brasileiro. Eventos como chuvas fora de época, estiagens prolongadas ou frentes frias intensas afetam tanto a produtividade das lavouras quanto a logística de transporte. A previsão do tempo, portanto, tornou-se uma ferramenta fundamental no cotidiano do produtor rural, orientando manejos de plantio, colheita e aplicação de defensivos.
Como vão milho e soja no Brasil?

No estado de São Paulo, a comercialização do milho indicava um preço de R$ 65,12 por quilograma em Campinas, dado relevante para os produtores regionais. Já a soja, no estado do Paraná e no Porto de Paranaguá, apresentava cotações de R$ 132,96 e R$ 138,17 por quilograma, respectivamente.
Esses dois grãos são as principais bases da alimentação animal e humana, e também fortemente exportados. As variações em seus preços impactam diretamente o custo de produção de carnes, ovos e insumos derivados, além de afetarem o mercado global por conta do peso do Brasil no comércio internacional de grãos. Em 2023, por exemplo, a exportação de soja brasileira atingiu recordes históricos, superando 100 milhões de toneladas, impulsionando ainda mais a influência do país no cenário internacional.
A previsão do tempo para as próximas semanas indica instabilidade em algumas regiões produtoras, especialmente no Centro-Oeste e Sul do país, com expectativa de chuvas volumosas intercaladas por períodos de estiagem. Essas condições podem acelerar a colheita em áreas onde o solo está mais seco, mas também podem prejudicar a produtividade em locais onde houver excesso de umidade ou interrupção da colheita. A atenção redobrada à meteorologia é essencial para evitar perdas e programar a logística de escoamento da safra.
Quais os destaques em proteínas animais?
Na esfera das proteínas animais, o mercado de suínos encontra-se segmentado por diferentes regiões brasileiras, com destaque para a carcaça suína na Grande São Paulo comercializada a R$ 12,58 por quilograma. Em estados como Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os preços para o suíno vivo variam entre R$ 8,25 e R$ 8,75 por quilograma.
Essa variação regional nos preços evidencia diferentes realidades de custos de produção e oferta, refletindo na margem de lucro dos criadores e na competitividade do setor. Além disso, regimes tributários e incentivos locais influenciam não só o preço final, mas também a capacidade de exportação dessas carnes. O Brasil, atualmente, segue como um dos principais exportadores mundiais de carne suína e de frango, com crescente abertura de mercados na Ásia.
A previsão do tempo é igualmente relevante para o setor, já que o conforto térmico dos animais depende diretamente das condições climáticas. Ondas de calor, alta umidade ou, ao contrário, queda abrupta nas temperaturas podem impactar o desempenho zootécnico e o consumo de ração, elevando os custos e afetando a produtividade. Os produtores permanecem atentos aos boletins meteorológicos para fazer ajustes nos sistemas de ventilação, aquecimento ou resfriamento, conforme necessário.
O que influencia o preço dos ovos?
No mercado de ovos, os preços variam consideravelmente pelo país, como na Grande São Paulo, onde a caixa de ovos brancos custa R$ 151,21, frente aos R$ 143,59 em Bastos. Ovos vermelhos registram valores ainda maiores, com destaque para Belo Horizonte, a R$ 170,66 por caixa.
Essas diferenças refletem tanto o custo de produção quanto a demanda nas diferentes regiões, consolidando os ovos como uma fonte de proteína fundamental para a população. Políticas públicas e programas de alimentação escolar também influenciam as tendências do mercado e o acesso da população a esse alimento essencial. Vale ressaltar que, após oscilações em 2023 devido ao aumento no preço dos insumos, há expectativas de maior estabilidade para 2024.
Para a avicultura de postura, o clima também tem papel importante. O estresse térmico provocado por excesso de calor pode reduzir a produtividade das aves e aumentar perdas, especialmente em sistemas menos tecnificados. Nas próximas semanas, a previsão do tempo indica temperaturas amenas na maior parte do Sudeste e Centro-Oeste, favorecendo o desempenho das granjas e contribuindo para a estabilidade de oferta no mercado.
Qual o cenário atual do frango?
O frango congelado e resfriado no estado de São Paulo foram comercializados a R$ 8,26 e R$ 8,28 por quilograma, respectivamente. Essa estabilidade nos preços demonstra a capacidade de adaptação do setor frente ao aumento de custos, especialmente de insumos como milho e soja.
A indústria avícola mantém-se competitiva investindo em tecnologia, verticalização produtiva e logística aprimorada para atender ao mercado interno e externo. A eficiência na cadeia e a busca por novos mercados internacionais contribuem para garantir o crescimento e sustentação desse importante segmento. Em 2024, há expectativa de expansão das exportações para mercados do Oriente Médio e África.
De acordo com as previsões meteorológicas, o Sul do Brasil deve registrar episódios de frio intenso em determinados períodos, enquanto o Centro-Oeste e Sudeste podem experimentar temperaturas mais amenas e estáveis. O monitoramento do clima é fundamental para ajustar a ambiência dos aviários e garantir a continuidade da produção, além de minimizar riscos sanitários associados a mudanças bruscas no tempo.
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Como está a situação do trigo?
Embora o Brasil seja grande consumidor de trigo, a produção encontra desafios de competitividade com mercados internacionais. No Paraná, o preço do trigo atacado estava em R$ 1.207,95 por tonelada; no Rio Grande do Sul, o preço era R$ 1.116,48 por tonelada.
A diferença nos preços entre as regiões reflete fatores como logística, qualidade do produto, custos de produção e capacidade de armazenagem. Ampliar a eficiência no escoamento e investir em tecnologias para aumento de produtividade são estratégias fundamentais para fortalecer o setor diante das demandas do mercado nacional e internacional. Recentemente, projetos de melhoramento genético também têm ampliado as perspectivas para o trigo brasileiro visando aumentar a competitividade frente ao produto importado.
O trigo, por ser cultura de inverno em muitas regiões, depende intensamente das condições do clima. Geadas tardias ou chuvas excessivas durante a colheita podem prejudicar a qualidade e o rendimento dos grãos. Para as próximas semanas, a previsão do tempo aponta para baixa possibilidade de geadas significativas, o que favorece as lavouras em desenvolvimento no Sul. Porém, os produtores devem permanecer alertas ao avanço de frentes frias e possíveis variações no regime hídrico, que podem alterar o cenário rapidamente.