Por Dr. Baltazar Leão, Neurocirurgião.
Os Tumores da Glândula Hipófise são um tema de significativa importância no campo da medicina endocrinológica. Apesar de seu pequeno tamanho, essa glândula desempenha um papel crucial na regulação hormonal, influenciando várias funções corporais essenciais. Localizada na base do crânio, a hipófise atua como um maestro, coordenando o equilíbrio hormonal necessário para diversas funções vitais.
Esses tumores, frequentemente benignos, são conhecidos como adenomas. Eles são classificados em funcionantes, que produzem hormônios em excesso, e não funcionantes, que não secretam hormônios, mas podem causar pressões físicas na estrutura craniana. Esse tipo de tumor é responsável por cerca de 10% a 15% das formações tumorais na região intracraniana, afetando predominantemente adultos entre 30 e 60 anos. Muitas vezes, são descobertos incidentalmente, durante exames de imagem realizados por outras razões.
Quais são os principais sintomas dos tumores na hipófise?
Os sintomas dos adenomas hipófisários variam conforme o tipo e o impacto sobre as estruturas próximas. Devido à proximidade com os nervos ópticos, um dos sintomas mais evidentes são alterações na visão, especialmente no campo visual lateral. Além disso, esses tumores podem provocar sintomas como dor de cabeça frequente, alterações menstruais, disfunção erétil, e produção excessiva de leite fora da gravidez. Outras manifestações incluem ganho de peso, inchaço, fadiga extrema e alterações emocionais, como ansiedade e depressão. Em crianças, o excesso do hormônio do crescimento pode causar estatura elevada, enquanto em adultos pode resultar em aumento anormal dos pés, mãos e características faciais.
Como se realiza o diagnóstico desses tumores?
O diagnóstico inicia-se com uma avaliação clínica completa e exames de sangue para verificar os níveis hormonais produzidos pela hipófise. A ressonância magnética é a principal ferramenta para a detecção precisa do tumor, permitindo a visualização de sua localização e dimensões. Tumores menores que 1 cm são denominados microadenomas, enquanto aqueles superiores são chamados de macroadenomas. O diagnóstico precoce é essencial, pois quanto mais cedo o diagnóstico, mais conservador e eficaz pode ser o tratamento.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?
O tratamento dos tumores da hipófise é extremamente individualizado, dependendo do tipo, tamanho e comportamento do adenoma. As opções incluem tratamento medicamentoso, especialmente eficaz em casos de prolactinomas, onde medicações específicas regulam a produção hormonal. A cirurgia, frequentemente realizada de forma minimamente invasiva pelo nariz, é indicada para tumores que comprimem os nervos ópticos ou não respondem ao tratamento medicamentoso. A radioterapia é geralmente reservada para tumores residuais ou recorrentes.
Por que é crucial um diagnóstico precoce?
Identificar um tumor da hipófise precocemente pode fazer uma diferença substancial no tratamento e prognóstico. Quando detectados antecipadamente, os tumores podem ser tratados de forma menos agressiva, aumentando as chances de uma recuperação bem-sucedida e preservando a qualidade de vida do paciente. Portanto, é fundamental estar atento a sinais de alerta, como mudanças na visão ou no comportamento, e procurar assistência médica oportuna. Este cuidado permite que, mesmo frente a uma condição complexa como essa, o paciente possa ser tratado efetivamente e retornar à sua rotina habitual com supervisão médica adequada.




