Sentir inchaço, dor abdominal ou cansaço depois de comer pão, ou massa pode indicar sensibilidade ao glúten — uma condição que afeta cerca de 10% da população mundial, segundo um estudo do NHS publicado na revista científica Gut.
O que é a sensibilidade ao glúten não celíaca?
A chamada sensibilidade ao glúten ou trigo não celíaca (SGNC) causa sintomas gastrointestinais e fadiga, mesmo em pessoas sem diagnóstico de alergia ou doença celíaca. Essa condição melhora quando o consumo de alimentos com glúten é reduzido.
Ao contrário da doença celíaca, que é autoimune, e da alergia ao trigo, que provoca reações imediatas, a SGNC não apresenta marcadores sanguíneos específicos, o que torna o diagnóstico mais difícil e frequentemente subjetivo.

Quais são os sintomas mais comuns dessa condição?
Pesquisas dos Hospitais Universitários de Leicester, no Reino Unido, analisaram quase 50 mil pessoas em 16 países e confirmaram que os principais sintomas incluem inchaço, dor abdominal, fadiga e mal-estar após consumir glúten.
- 71% relataram inchaço e gases após comer alimentos com trigo.
- 46% tiveram desconforto abdominal e 36% dor intensa.
- 32% sentiram fadiga, e outros relataram dores de cabeça e articulares.
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Por que é mais comum em mulheres?
A meta-análise mostrou que a sensibilidade não celíaca afeta majoritariamente mulheres e está associada à síndrome do intestino irritável, ansiedade e depressão. Fatores hormonais e emocionais parecem ter influência nessa maior incidência.
Os pesquisadores defendem que o problema pode estar ligado à comunicação entre o sistema nervoso e o intestino — os chamados distúrbios da interação intestino-cérebro —, o que explicaria os sintomas físicos e emocionais combinados.

Como lidar com o desconforto e evitar dietas restritivas?
Segundo os autores do estudo, cerca de 40% das pessoas que relatam sintomas seguem uma dieta sem glúten por conta própria, o que pode gerar deficiências nutricionais. A orientação médica é essencial antes de eliminar alimentos do cardápio.
- Evite cortar o glúten sem acompanhamento profissional.
- Registre os alimentos que causam desconforto para identificar padrões.
- Busque avaliação com um gastroenterologista ou nutricionista.
Embora a sensibilidade ao glúten não celíaca ainda seja pouco compreendida, reconhecer seus sinais e buscar um diagnóstico adequado pode evitar restrições desnecessárias e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema.




