O Aspartame é um adoçante artificial amplamente utilizado em produtos dietéticos e alimentos industrializados, devido à sua capacidade de ser cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar comum. Essa característica permite seu uso em pequenas quantidades, praticamente não adicionando calorias à dieta. Apesar de ser uma opção popular para reduzir o consumo de açúcar, os efeitos do Aspartame no organismo ainda levantam dúvidas, especialmente em relação a seu consumo prolongado.
Recentemente, um estudo divulgado pela revista Biomedicine & Pharmacotherapy trouxe novas luzes sobre o tema ao investigar o impacto do Aspartame em camundongos durante um ano. A pesquisa destacou não apenas os efeitos benéficos na redução de gordura corporal, mas também possíveis riscos associados a alterações no coração e no cérebro dos animais estudados.
Quais são os efeitos do consumo de Aspartame?
O estudo, conduzido por pesquisadores do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede para Doenças Respiratórias na Espanha, examinou camundongos que ingeriram Aspartame diariamente em doses inferiores ao limite máximo recomendado para humanos. Os resultados indicaram uma diminuição de aproximadamente 20% nos depósitos de gordura corporal nos animais que consumiram o adoçante. Contudo, os benefícios relacionados à perda de peso vieram acompanhados de algumas preocupações.
O que mais foi observado além da redução de gordura?
Os cientistas identificaram um aumento discreto no tamanho das células cardíacas dos camundongos, conhecido como hipertrofia cardíaca. Este aumento indica adaptações estruturais no coração, embora considerados leves. Além disso, os testes cognitivos realizados nos animais sugeriram um desempenho inferior em termos de memória e aprendizado, apontando possíveis efeitos adversos do consumo prolongado do adoçante no cérebro.

Onde o Aspartame é mais encontrado?
O Aspartame está presente em diversos produtos alimentícios e bebidas com teor reduzido de açúcar. Entre os itens mais comuns, encontram-se:
- Refrigerantes diet, light e zero açúcar;
- Sucos industrializados e bebidas em pó “zero” ou “diet”;
- Iogurtes e sobremesas lácteas com redução de açúcar;
- Balas, chicletes e pastilhas sem açúcar;
- Gelatinas diet e light;
- Produtos para diabéticos, como doces e chocolates sem açúcar;
- Adoçantes de mesa, em pó ou líquido;
- Alguns medicamentos, especialmente xaropes, comprimidos mastigáveis e vitaminas.
O consumo de Aspartame deve ser reavaliado?
Os achados do estudo reforçam a necessidade de uma avaliação criteriosa dos efeitos de longo prazo dos adoçantes artificiais no organismo. Enquanto o Aspartame pode ajudar na redução da gordura corporal, a possibilidade de alterações no coração e no cérebro não pode ser ignorada. É crucial que mais estudos sejam realizados em humanos para determinar se as conclusões observadas em camundongos se aplicam a pessoas, dadas as diferenças metabólicas entre as espécies.
Para aqueles que fazem uso regular de produtos adoçados artificialmente, este estudo sugere a importância da moderação e de uma dieta equilibrada. O entendimento dos efeitos potenciais do Aspartame pode orientar escolhas mais informadas e conscientes em relação ao consumo de adoçantes artificiais, promovendo um equilíbrio entre vantagens calóricas e possíveis riscos à saúde.
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Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271




