Escorpiões são artrópodes da classe Arachnida, conhecidos por suas caudas com aguilhão venenoso. Embora estejam ligados a áreas áridas, também habitam regiões urbanas e rurais, inclusive cidades com clima quente e úmido, como no Brasil. Eles buscam abrigo em locais escuros e úmidos, tornando-se comuns em jardins, esgotos e dentro de residências.
No meio urbano, a aproximação desses animais ocorre devido à oferta de alimento e abrigo, especialmente onde há acúmulo de materiais e presença de insetos. Sua atividade é aumentada à noite, quando deixam seus esconderijos para caçar pequenos invertebrados. Por isso, a presença de escorpiões em áreas habitadas por humanos e seus animais de estimação é cada vez mais frequente.
A adaptação dos escorpiões aos diferentes ambientes mostra sua facilidade em sobreviver, o que torna fundamental a vigilância em espaços residenciais e a adoção de medidas simples de prevenção.
Escorpiões e animais de estimação

Cães e gatos estão suscetíveis ao contato com escorpiões principalmente em quintais, jardins e terrenos baldios. Eles podem encontrar esses aracnídeos sob pedras, folhas ou entulhos, aumentando o risco de acidente. A curiosidade natural dos animais de estimação pode levá-los a investigar esconderijos, favorecendo encontros perigosos.
Os sintomas mais comuns em caso de picada são dor, inchaço e alterações neurológicas como tremores, podendo evoluir para quadros graves, inclusive com risco de morte. A gravidade depende da espécie de escorpião envolvida, do porte do animal e do local da picada, por isso é importante ficar atento aos sinais clínicos.
Proteger os animais, monitorar o ambiente e limitar o acesso a áreas de risco são atitudes que contribuem para prevenir acidentes envolvendo escorpiões em ambientes domésticos.
Quais são as espécies de escorpiões perigosos?
O Tityus serrulatus (escorpião-amarelo) é a espécie mais associada a acidentes graves no Brasil, sendo comum em áreas urbanas. Ele é também a espécie mais venenosa da América do Sul, destacando sua periculosidade. Outras espécies, como o Tityus bahiensis e o Tityus stigmurus, também apresentam veneno potente e devem ser motivo de atenção.
Distinguí-las é importante para a adoção de medidas de controle mais eficazes, pois cada espécie possui hábitos e ambientes preferenciais. O escorpião-amarelo, por exemplo, adapta-se facilmente às cidades, enquanto outras espécies preferem ambientes rurais.
Identificar corretamente os escorpiões presentes nas regiões de risco auxilia no fortalecimento da prevenção e orienta o manejo adequado em casos de acidentes.
Como prevenir a presença de escorpiões em casa?
Manter quintais e jardins limpos, eliminando entulhos, folhas secas e pedras, reduz os esconderijos naturais dos escorpiões. Vedação de frestas em paredes, portas e janelas com telas também ajuda a impedir a entrada dos animais.
O controle de insetos, principal alimento desses aracnídeos, é uma medida indireta, mas eficaz para diminuir a presença de escorpiões no ambiente. Não acumular madeira, tijolos e restos de construção contribui para afastar esses predadores de áreas residenciais.
Mantendo áreas internas secas e evitando a formação de ambientes úmidos, é possível tornar os espaços menos atraentes para escorpiões, colaborando para a segurança de todos.
Procedimentos em caso de picada de escorpião em animais de estimação
Se ocorrer uma picada, tente identificar a espécie de escorpião, se for seguro, e imediatamente aplique compressa fria na área afetada para reduzir inchaço e dor. Leve o animal ao veterinário sem demora para avaliação e tratamento adequados.
O atendimento profissional pode incluir administração de analgésicos, soro antiescorpiônico e monitoramento dos sinais vitais. Em casos severos, a internação pode ser necessária para acompanhamento constante, principalmente em animais de menor porte.
Agir rapidamente é fundamental para evitar complicações e aumentar as chances de recuperação do animal. A orientação do veterinário é imprescindível em todas as situações de picada.
A importância da vigilância contínua
A vigilância deve ser constante em regiões com alta população de escorpiões, especialmente para quem tem animais domésticos em casa. Manter-se informado sobre hábitos e espécies da área ajuda na adoção de medidas preventivas mais eficazes.
Inspecionar regularmente os ambientes internos e externos, especialmente locais úmidos e pouco movimentados, reduz a probabilidade de encontros com escorpiões. Manter um contato com profissionais de saúde ou veterinários para orientações também é recomendado.
A prevenção, junto ao monitoramento regular, garante um ambiente seguro para tutores e animais, minimizando riscos e promovendo a saúde de todos.
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Mais sobre o escorpião amarelo urbano

O Tityus serrulatus, ou escorpião-amarelo, é considerado o mais venenoso da América do Sul e o principal responsável por acidentes graves no Brasil, especialmente em áreas urbanas do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Mede até 7 cm, tem corpo amarelo-claro com tronco escuro e uma cauda serrilhada. Sua reprodução é predominantemente partenogenética, o que permite a uma única fêmea gerar diversas crias sem acasalamento.
Adaptado a ambientes urbanos e com poucos predadores naturais, esse escorpião forma colônias facilmente e se espalha com rapidez. Sua presença tem aumentado em várias regiões do país, inclusive onde antes não era registrado. Apesar de se pensar que a reprodução era sempre assexuada, já foram encontradas populações com reprodução sexuada em Minas Gerais e na Bahia.
A peçonha do T. serrulatus tem forte ação neurotóxica, podendo causar dores intensas, hipersensibilidade e até parada respiratória. Em caso de picada, é essencial procurar atendimento médico e evitar medidas caseiras como torniquetes ou cortes. Para prevenção, recomenda-se não manusear escorpiões e acionar serviços de controle de zoonoses.