O cometa interestelar 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025, revelou uma composição química sem precedentes. Observado pelo Telescópio Espacial James Webb, o objeto apresentou níveis de dióxido de carbono muito superiores à água, intrigando especialistas e levantando novas teorias sobre sua origem.
- Cometa apresenta oito vezes mais dióxido de carbono do que água em sua coma;
- Objeto pode ser mais antigo que o próprio Sistema Solar;
- James Webb identificou características únicas em sua formação e trajetória.
Por que o 3I/ATLAS chama tanta atenção da comunidade científica?
Desde sua descoberta, o 3I/ATLAS despertou enorme interesse, por ser apenas o terceiro objeto interestelar identificado, após ‘Oumuamua e 2I/Borisov. Sua passagem rápida pelo Sistema Solar representa uma oportunidade única de estudo antes que desapareça para sempre.
A análise do Telescópio James Webb mostrou que sua coma possui proporções químicas sem paralelo: cerca de oito vezes mais dióxido de carbono em relação à água, um padrão radicalmente distinto dos cometas conhecidos até hoje.
Quais foram os principais achados do telescópio James Webb?
O JWST utilizou o espectrômetro NIRSpec para medir a composição do cometa e revelou dados impressionantes. Além da abundância anômala de CO₂, estimou-se que o núcleo sólido tenha entre 320 metros e 5,6 km de diâmetro.
- Detectou emissão de água mesmo a 450 milhões de km do Sol;
- Confirmou a origem extrassolar do objeto;
- Indicou idade superior a 7 bilhões de anos, mais antiga que o Sistema Solar.

O que torna a composição do cometa tão diferente dos demais?
Cometas do Sistema Solar são conhecidos como “bolas de gelo sujo”, liberando vapor de água e poeira ao se aproximarem do Sol. No entanto, a predominância de dióxido de carbono no 3I/ATLAS sugere que ele se formou em condições ambientais completamente distintas.
Essa descoberta aponta para processos de formação planetária diferentes em seu sistema de origem, reforçando a ideia de que cada região do espaço pode gerar corpos celestes com composições únicas e inesperadas.
Quais hipóteses explicam essa anomalia química?
Os cientistas levantam algumas possibilidades para explicar a alta concentração de CO₂. Uma delas é que o cometa tenha se formado perto da chamada linha de gelo do dióxido de carbono, região de temperaturas extremamente baixas onde esse gás pode se solidificar.
- O núcleo pode ter sido exposto a níveis de radiação maiores que os cometas locais;
- A baixa quantidade de água pode estar ligada a barreiras químicas internas;
- O gelo de água pode estar escondido em camadas mais profundas, não atingidas pelo calor solar.
O que ainda podemos esperar das próximas observações?
O cometa passará pelo periélio em outubro de 2025, quando chegará ao ponto mais próximo do Sol. Essa será uma chance decisiva para obter novos dados, já que sua atividade deve se intensificar com o aumento da temperatura.
- Novas observações do James Webb estão previstas para dezembro;
- Os cientistas esperam detectar variações químicas ao longo da aproximação;
- O estudo pode revelar pistas inéditas sobre a formação de sistemas planetários extrassolares.