Já percebeu que em muitos shoppings não existem relógios? Este detalhe intrigante é uma estratégia bem elaborada para incentivar os consumidores a perderem a noção do tempo, permanecendo mais tempo e, assim, gastando mais. Vamos explorar essa tática psicológica que os centros comerciais utilizam para influenciar seus visitantes.
- Percepção de “tempo eterno”: Sem relógios, as pessoas tendem a relaxar e gastar mais tempo passeando.
- Iluminação constante: Luz artificial e ausência de janelas criam a sensação de um dia que não acaba.
- Foco no consumo: A atenção se volta exclusivamente para as vitrines e produtos.
Por que os shoppings evitam relógios?
A ausência de relógios contribui para uma “percepção de tempo eterno”. Sem saber que horas são, os visitantes estão mais propensos a perderem a pressa, aproveitando o ambiente sem preocupações. Além disso, sem a constante lembrança do passar do tempo, o objetivo de engajar os clientes em experiências prolongadas é facilmente alcançado. Essa prática já foi estudada por pesquisadores de comportamento do consumidor em Estados Unidos e Europa, concluindo que a falta de referências temporais influencia realmente o tempo de permanência dos visitantes.

Como a iluminação influencia o comportamento?
A iluminação constante, aliada à falta de janelas, simula um ambiente de “dia eterno”, levando os consumidores a se sentirem confortáveis e despreocupados. Isso elimina a urgência de ir embora, resultando em uma jornada de compras mais prolongada. Em shoppings como o Shopping Eldorado, por exemplo, a iluminação foi projetada para mimetizar a luz natural, aumentando o conforto dos visitantes.
Que papel tem o foco exclusivo no consumo?
Sem referências temporais, a atenção dos consumidores se volta exclusivamente para as oportunidades de compra. As vitrines atraem, e as lojas se tornam os principais pontos de foco. A distração causada pela ausência de tempo é uma aliada estratégica para maximizar o interesse e o desejo de consumo. Segundo um estudo publicado em 2019 no site Science Direct, ambientes sem relógios podem aumentar até 20% o tempo de permanência dos clientes.
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Existem exceções à regra?
Apesar de ser uma tática comum, alguns shoppings modernos ou conceituais escolhem incluir relógios como peças decorativas ou de interesse especial, como é o caso do Iguatemi de Porto Alegre. Nessas situações, os relógios servem mais como uma obra de arte, atraindo visitantes pelo seu design do que lembrando o tempo. No exterior, é possível encontrar exemplos como o Grand Central Terminal em Nova York, onde enormes relógios icônicos cumprem mais um papel de referência visual do que propriamente funcional.
O que podemos refletir sobre essa estratégia?
- Estender o tempo de permanência: Estratégias, como a falta de relógios, são eficazes em fazer os consumidores ficarem mais tempo e gastar mais.
- Ambiente controlado: Iluminação e design do espaço contribuem para uma experiência envolvente e sem preocupações.
- Impacto psicológico no consumidor: Sem a pressão do tempo, os visitantes se concentram nas experiências oferecidas pelo shopping.