A condição de incontinência urinária está longe de ser apenas um problema enfrentado na terceira idade ou restrito aos consultórios médicos. Atualmente, um número crescente de mulheres jovens relata conviver com episódios de perda involuntária de urina. Essa condição não escolhe vítimas: desde profissionais, estudantes, atletas até mães de primeira viagem, todas podem enfrentar o desconforto de atos cotidianos, como rir, praticar exercícios ou espirrar.
A incontinência urinária é definida pela Sociedade Internacional de Continência como a perda involuntária de urina que afeta o bem-estar social ou higiênico do paciente. Existem diversas formas dessa condição, incluindo a incontinência por esforço, que é a mais comum. Esta ocorre devido ao aumento da pressão intra-abdominal durante atividades como tosse, espirro ou atividade física. Segundo a Dra. Claudia Scalise, cerca de 50% das mulheres passarão por essa experiência ao longo da vida, com as chances aumentando após a menopausa.
Quais são os tipos mais prevalentes de incontinência urinária?
Os tipos de incontinência mais comuns são a incontinência de esforço e a mista. Ao buscar um diagnóstico, é crucial um bom levantamento dos antecedentes médicos do paciente, incluindo fatores de risco e medicações. Para complementação, podem ser solicitados exames como uroculturas e ultrassonografias renais e vesicais. Além disso, estudos recentes apontam que fatores como histórico familiar, doenças neurológicas e até o tabagismo podem aumentar o risco de desenvolver algum tipo da condição.

Como é feito o diagnóstico da incontinência urinária?
O diagnóstico da incontinência urinária é multifacetado, englobando uma série de abordagens além da avaliação da história clínica. Exames físicos são fundamentais para observar a perda de urina em ação e verificar eventuais patologias ginecológicas concomitantes. Em alguns casos, exames complementares como cultura de urina e ultrassonografias são indicados. Em centros especializados, pode-se ainda recorrer ao exame urodinâmico para determinar a real causa da perda urinária.
Qual é o tratamento mais eficaz para a incontinência urinária?
Os tratamentos variam conforme o tipo e a gravidade da incontinência. Alterações no estilo de vida, como evitar bebidas que estimulam a bexiga, café, chá e álcool, são recomendadas inicialmente. A perda de peso e exercícios que fortalecem os músculos do assoalho pélvico, como os exercícios de Kegel, são decisivos. Em casos de incontinência de esforço, a cirurgia é considerada uma solução definitiva, sendo a técnica de sling uma das mais realizadas no Brasil atualmente.
Apesar das opções invasivas, a utilização de medicamentos, como os antimuscarínicos, é comum na incontinência de urgência, ainda que os efeitos colaterais devam ser cuidadosamente considerados. Dra. Claudia Scalise observa que terapias modernas, como as regenerativas, ainda carecem de respaldo acadêmico suficiente para recomendação geral. Assim, a incontinência urinária, apesar de incômoda, apresenta diversas opções de tratamento para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. A orientação médica adequada e o acesso a informações confiáveis, são essenciais para que cada mulher encontre o tratamento mais indicado ao seu caso.