O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em colaboração com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualizou as diretrizes do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Essas mudanças buscam fortalecer a proteção social para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, principalmente por meio da manutenção do benefício, mesmo em caso de oscilações na renda familiar per capita. Dessa forma, o amparo permanece garantido, desde que a renda mensal ou a média dos 12 meses anteriores não ultrapasse um quarto do salário mínimo. Esse avanço reconhece que as condições econômicas das famílias podem variar, proporcionando segurança e estabilidade para os beneficiários, mesmo diante de imprevistos financeiros.
Segundo Amarildo Baesso, secretário nacional de Benefícios Assistenciais do MDS, essa medida amplia a rede de proteção social e facilita o acesso dos mais vulneráveis ao suporte necessário. Com a nova regra, o acompanhamento das famílias torna-se mais contínuo, evitando que pequenas oscilações financeiras prejudiquem quem realmente precisa do benefício. Assim, o BPC se reafirma como um instrumento de promoção da cidadania e inclusão social.
Conversão automática do BPC em auxílio-inclusão

Um dos principais destaques das atualizações do BPC é a conversão automática do benefício em auxílio-inclusão quando a pessoa com deficiência inicia uma atividade remunerada. O processo ocorre de forma simplificada, detectando automaticamente a remuneração de até dois salários mínimos, sem necessidade de novo requerimento para o auxílio. Essa prática apresenta-se como um estímulo à empregabilidade, promovendo a autonomia e incentivando a inserção das pessoas com deficiência no mercado formal.
Dessa maneira, o beneficiário não perde imediatamente o suporte assistencial ao se inserir no mundo do trabalho, favorecendo uma transição segura entre a condição de dependência para o início da atividade laboral. A política busca reduzir barreiras e receios quanto à perda do benefício, permitindo que mais pessoas possam buscar oportunidades sem o medo da vulnerabilidade financeira.
Novos procedimentos e critérios para concessão
Foram implementadas mudanças operacionais que garantem maior agilidade e transparência nos trâmites do BPC. Agora, caso haja pendências documentais nos pedidos apresentados ao INSS, o solicitante dispõe de 30 dias para regularizar a situação. Caso contrário, o pedido é considerado desistente e deve ser refeito, promovendo mais organização no processo de análise e concessão.
Outro avanço é a harmonização no conceito de renda familiar: algumas fontes de renda, como bolsas de estágio e benefícios previdenciários de até um salário mínimo para idosos ou pessoas com deficiência, deixam de ser consideradas no cálculo. Assim, o acesso ao BPC torna-se mais justo, priorizando quem realmente necessita, e elimina possíveis distorções na verificação da elegibilidade.
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Importância do CadÚnico e atualização cadastral
Reforçamos a necessidade de manter o Cadastro Único (CadÚnico) sempre atualizado para garantir a continuidade dos benefícios e correta análise dos requisitos. É fundamental que qualquer alteração de endereço, composição familiar ou fontes de renda seja imediatamente registrada, facilitando a comunicação e evitando suspensões indevidas dos benefícios.
- Manter o CadÚnico atualizado
- Comprovar despesas permanentes com saúde
- Observar o prazo de 30 dias para regularização de documentação
- Acompanhar possíveis alterações na renda familiar
- Buscar esclarecimentos junto ao INSS em caso de dúvidas
Além disso, despesas permanentes com saúde comprovadas e não custeadas pelo SUS ou SUAS podem ser deduzidas, ajudando ainda mais quem enfrenta altos custos médicos. Manter os dados atualizados no CadÚnico permite que o governo federal revise e ajuste periodicamente as informações, assegurando que o BPC chegue a quem realmente precisa e promovendo maior transparência na assistência social.