Em um cenário econômico onde a taxa Selic se encontra em alta, a preocupação com o uso de cartões de crédito e financiamentos se intensifica. A Selic, taxa básica de juros do Brasil, serve como referência para os bancos e instituições financeiras definirem suas próprias taxas de juros. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, com expectativas de novas elevações, o que pode impactar diretamente o custo do crédito no país.
O aumento da Selic é uma estratégia para conter a inflação, mas também resulta em crédito mais caro e redução do consumo. Isso ocorre porque, com juros mais altos, tanto consumidores quanto empresas tendem a diminuir seus gastos e investimentos, o que pode desacelerar a economia. Com isso, os preços podem cair, mas o acesso ao crédito se torna mais restrito.
Como a Selic afeta os juros dos cartões de crédito?
A taxa Selic é um dos principais fatores que influenciam os juros cobrados nos cartões de crédito. Quando a Selic sobe, os bancos ajustam suas taxas de juros para empréstimos e financiamentos, incluindo o crédito rotativo dos cartões. No entanto, o aumento das taxas dos cartões não é proporcional ao da Selic, pois outros fatores, como inadimplência e margens de lucro, também são considerados.
Por exemplo, as taxas de juros do cartão de crédito podem variar significativamente, com algumas instituições cobrando até 995% ao ano. Isso significa que uma dívida de R$ 100 pode se transformar em R$ 1.000 em um ano, caso o pagamento não seja realizado. Essa variação ocorre devido ao risco associado ao crédito sem garantias, como é o caso dos cartões de crédito.

O uso de cartões de crédito e a inadimplência no Brasil
Apesar dos altos juros, o uso de cartões de crédito continua a crescer no Brasil. Em 2024, as transações com cartões de crédito, débito e pré-pagos aumentaram 10,9% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 4,1 trilhões. Para 2025, espera-se um crescimento entre 9% e 11%. Esse aumento é impulsionado pela necessidade das famílias de gerenciar suas despesas em um cenário de inflação crescente.
Especialistas apontam que, mesmo com juros elevados, o cartão de crédito é visto como uma ferramenta para manter o padrão de consumo. No entanto, o uso descontrolado pode levar à inadimplência, já que muitas famílias não consideram as taxas de juros ao planejar suas despesas mensais.
Quais são as dicas para o uso consciente do cartão de crédito?
Para evitar o endividamento, é essencial usar o cartão de crédito de forma consciente. Algumas dicas incluem:
- Reconhecer que o cartão de crédito deve ser um recurso de última instância.
- Conhecer a taxa de juros do próprio cartão e evitar parcelamentos com juros embutidos.
- Não gastar mais do que 30% da renda mensal no cartão.
- Manter um controle rigoroso das compras e priorizar o pagamento integral da fatura.
- Buscar alternativas de crédito com taxas menores, como empréstimos consignados.
Em caso de endividamento, é aconselhável procurar o banco para negociar os débitos e evitar que a situação financeira se agrave.
Perspectivas futuras para a economia brasileira
O mercado financeiro projeta que a Selic permanecerá elevada até o final de 2025, com uma taxa próxima a 15% ao ano. Essa expectativa reflete a tentativa de controlar a inflação, mas também sugere um período prolongado de crédito caro. Durante esse tempo, é crucial que consumidores e empresas adotem práticas financeiras responsáveis para evitar dificuldades econômicas.
Em resumo, a alta da Selic tem um impacto significativo no custo do crédito, especialmente nos cartões de crédito. O uso consciente e planejado dessas ferramentas financeiras é fundamental para evitar o endividamento e manter a saúde financeira em tempos de juros elevados.