Apesar do acesso facilitado à informação em 2025, muitos equívocos sobre o uso do protetor solar continuam circulando. Isso ocorre, em parte, devido à disseminação de informações imprecisas em redes sociais, como Instagram e TikTok, e à tradição oral passada entre gerações. O resultado é que práticas inadequadas persistem, comprometendo a proteção da pele contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta.
O desconhecimento sobre o funcionamento e a importância do filtro solar pode levar a escolhas equivocadas, como a aplicação insuficiente ou o uso apenas em dias ensolarados. A desinformação também contribui para o surgimento de dúvidas sobre a necessidade do produto em diferentes tipos de pele e ambientes, perpetuando mitos que colocam a saúde em risco. Segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia, ainda falta aprofundamento nas campanhas educativas sobre o tema, especialmente em cidades do interior de estados como São Paulo e Minas Gerais.
É verdade que pessoas de pele negra não precisam usar protetor solar?
Um dos mitos mais comuns é o de que pessoas com pele mais escura estariam naturalmente protegidas contra os danos solares. Embora a melanina ofereça alguma defesa, ela não elimina o risco de queimaduras, envelhecimento precoce ou câncer de pele. Especialistas alertam que todos os tons de pele podem sofrer consequências negativas devido à exposição solar sem proteção adequada, principalmente em regiões do Nordeste do Brasil, onde a radiação ultravioleta é mais intensa.
O uso regular do protetor solar é recomendado para todas as pessoas, independentemente da cor da pele. O produto atua como uma barreira adicional, reduzindo a incidência dos raios UVA e UVB e prevenindo problemas de saúde a longo prazo. Ignorar essa orientação pode resultar em danos cumulativos e silenciosos.

Protetor solar só é necessário em dias de sol forte?
Muitas pessoas acreditam que o filtro solar só deve ser aplicado quando o céu está limpo e o sol, visível. No entanto, até mesmo em dias nublados, cerca de 80% da radiação ultravioleta atravessa as nuvens e alcança a superfície da pele. Isso significa que a exposição diária, mesmo sem sol aparente, pode causar danos cumulativos. Estudos divulgados pelo Ministério da Saúde em 2023 reforçam que o hábito deve ser diário, inclusive em centros urbanos como Rio de Janeiro e Brasília.
O uso diário do protetor solar é fundamental para garantir proteção constante. Além disso, superfícies como água, areia e concreto refletem os raios solares, aumentando a exposição mesmo em ambientes cobertos ou parcialmente protegidos. Portanto, o hábito de aplicar o produto deve ser mantido durante todo o ano, independentemente das condições climáticas.
Existe diferença entre protetor solar químico e físico?
O mercado oferece diferentes tipos de protetores solares, classificados principalmente como químicos ou físicos (minerais). O protetor solar químico absorve a radiação ultravioleta e a transforma em calor, enquanto o físico cria uma barreira que reflete os raios solares. Ambos são eficazes, mas apresentam características distintas que podem influenciar a escolha do consumidor. Recentemente, marcas internacionais como La Roche-Posay e Neutrogena lançaram versões híbridas que combinam as duas tecnologias.
Pessoas com pele sensível ou alergias costumam preferir os protetores físicos, pois eles tendem a causar menos irritação. Já os protetores químicos são mais leves e transparentes, facilitando a aplicação em grandes áreas do corpo. A escolha entre um e outro deve considerar as necessidades individuais e as recomendações de dermatologistas.
É necessário reaplicar o protetor solar ao longo do dia?
Outro equívoco frequente é pensar que uma única aplicação de protetor solar pela manhã é suficiente para o dia inteiro. O produto perde eficácia com o tempo, especialmente após suor excessivo, contato com água ou fricção causada por roupas e toalhas. Por isso, a reaplicação é essencial para manter a proteção adequada.
A recomendação geral é reaplicar o protetor solar a cada duas horas, ou imediatamente após nadar, ou transpirar intensamente. Esse cuidado simples pode fazer a diferença na prevenção de queimaduras solares e outros problemas dermatológicos. Ignorar essa orientação pode comprometer a eficácia do produto e expor a pele a riscos desnecessários. Aplicativos como o UV Index facilitam o acompanhamento da intensidade dos raios e enviam alertas para relembrar a reaplicação, tornando o hábito mais acessível para usuários de smartphones.
Protetor solar impede a produção de vitamina D?
Há quem acredite que o uso regular de protetor solar bloqueia completamente a síntese de vitamina D pelo organismo. No entanto, estudos mostram que, mesmo com a aplicação do produto, uma pequena quantidade de radiação ultravioleta ainda atinge a pele, permitindo a produção desse nutriente essencial. Um relatório da Organização Mundial da Saúde indica que curtas exposições diárias, especialmente nos horários recomendados, são suficientes para manter níveis adequados.
Além disso, a obtenção de vitamina D pode ser complementada por meio da alimentação e, quando necessário, por suplementação sob orientação médica. O uso consciente do protetor solar não deve ser visto como um obstáculo à saúde, mas sim como uma medida preventiva contra doenças graves relacionadas à exposição solar desprotegida.
Desmistificar informações incorretas sobre o protetor solar é fundamental para promover hábitos saudáveis e proteger a pele dos efeitos nocivos do sol. A adoção de práticas corretas, aliada ao esclarecimento de dúvidas, contribui para a redução de riscos e para a manutenção do bem-estar ao longo do tempo.