A creatina é amplamente conhecida por seus benefícios na performance física, especialmente para quem pratica musculação. Mas, segundo a médica Dra. Marianna Magri (CRM 182375), ela também exerce um papel importante na saúde cerebral. Estudos recentes mostram que o suplemento pode melhorar funções como memória, raciocínio, foco e até contribuir para a prevenção de doenças neurodegenerativas.
Esse efeito ocorre porque a creatina aumenta a disponibilidade de energia no cérebro, ajudando em atividades cognitivas e protegendo as funções neurológicas, principalmente em situações de estresse metabólico, como envelhecimento e privação de sono. A seguir, entenda como ela funciona e por que pode ser uma aliada da cognição em todas as fases da vida.
Como a creatina atua no cérebro?
A creatina funciona como um estoque de energia rápida nas células, por meio da fosfocreatina, que regenera ATP — principal molécula energética do corpo. No cérebro, essa energia é essencial para manter a atividade elétrica e bioquímica adequada dos neurônios, o que é indispensável para memória, atenção e aprendizado.

Estudos com ressonância magnética mostraram que a suplementação de creatina eleva seus níveis no tecido cerebral, principalmente em indivíduos que já apresentam deficiência ou maior demanda energética, como idosos e pessoas com sono insuficiente. Isso resulta em melhorias na velocidade de processamento e na retenção de informações.
O que diz a ciência sobre a creatina e a memória?
Revisões sistemáticas apontam que a creatina melhora o desempenho da memória de curto prazo, a capacidade de aprendizado e a tomada de decisão, especialmente em adultos e idosos. Em pessoas entre 65 e 80 anos, a suplementação demonstrou ganhos significativos em testes cognitivos, além de benefícios na saúde muscular, como prevenção da sarcopenia.
Outros estudos também sugerem que a creatina tem potencial neuroprotetor em doenças como Alzheimer, já que pode modular inflamações e melhorar a bioenergética cerebral. Embora mais estudos clínicos em larga escala sejam necessários, os resultados atuais são promissores para a prevenção e suporte cognitivo.
Quem mais pode se beneficiar da creatina?
Além de idosos, a creatina é útil para:
- Pessoas em estado de fadiga mental crônica
- Adultos com privação de sono
- Mulheres na menopausa, que podem apresentar declínio cognitivo leve
- Pacientes com doenças neurológicas em estágios iniciais
- Atletas e estudantes em período de alta demanda cognitiva
Em cada grupo, os mecanismos são os mesmos: aumento da energia cerebral, melhora do transporte neuronal e estabilidade das sinapses.
Qual a dose recomendada para foco e cognição?
As doses eficazes para cognição geralmente variam de 3 a 5 g por dia, podendo haver um protocolo inicial com doses mais altas por alguns dias. A suplementação é considerada segura para pessoas saudáveis, desde que respeitada a dose individual e mantida boa hidratação. Em idosos ou pacientes com insuficiência renal, a suplementação deve ser acompanhada por um profissional de saúde.
A creatina pode ser tomada em qualquer horário do dia, com ou sem alimentos, e seu efeito é cumulativo, ou seja, melhora com o uso contínuo.
A creatina pode substituir outros métodos de estímulo cognitivo?
Não. A creatina deve ser considerada um suporte nutricional. Bons hábitos de sono, alimentação equilibrada, estímulo intelectual e exercícios físicos continuam sendo pilares para a saúde do cérebro. Porém, quando associada a esses fatores, a creatina pode amplificar os resultados e prevenir o declínio relacionado à idade ou ao estresse excessivo.
Fontes científicas utilizadas neste artigo
- PubMed – Systematic review on creatine and memory
- Frontiers in Nutrition – Effects of creatine on cognitive function
- Nature Scientific Reports – Single dose creatine in sleep deprivation
- ISSN – International Society of Sports Nutrition position stand
- KU Medical Center – Creatine research in Alzheimer’s patients
Perfil oficial da especialista
Instagram da Dra. Marianna Magri
https://www.instagram.com/imariannamagri