O exercício regular é reconhecido como um dos maiores aliados da saúde cardiovascular. Caminhadas, corridas leves, natação e atividades físicas moderadas fortalecem o coração e reduzem o risco de doenças graves. Dr Túlio Sperb (CRM-MG 48.256 e RQE 32.976) reforça que todos se beneficiam desse tipo de prática, sem exceção.
No entanto, algo surpreendente acontece quando o treino é muito intenso e prolongado. Atletas que participam de ultramaratonas, maratonas repetidas ou provas de triathlon podem acumular placas de cálcio nas artérias, um fenômeno que ele denomina paradoxo do atleta. Mesmo com mais placas, esses atletas têm nível de infarto mais baixo do que sedentários, por causa da maior estabilidade das lesões.
Como o excesso de exercício gera mais cálcio nas artérias?
O estresse oxidativo e a inflamação causados por treinos intensos estimulam a formação de placas com altos níveis de cálcio nas artérias coronárias. Estudo com “masters athletes” — comparados a indivíduos sedentários — mostra aumento no chamado score de cálcio. Contudo, não significa infarto imediato: é um sinal de adaptação vascular.
Por que placas com mais cálcio têm menos chance de causar infarto?
Placas calcificadas são mais densas e menos propensas a se romper. A prática constante de exercícios também fortalece a camada protetora dos vasos, reduz lipídios e melhora a função do endotélio. Isso significa que, apesar de mais cálcio, essas placas são mais estáveis e menos perigosas.
Quem está mais sujeito ao paradoxo do atleta?
Esses efeitos são observados principalmente em atletas adultos que treinam intensamente há muitos anos. Quem corre até 10 km por dia, nada por 3 km ou caminha com regularidade está longe desse risco e chega até a reduzir o score de cálcio em comparação aos sedentários.

Como manter o exercício saudável sem exagerar?
Realizar avaliações médicas periódicas, incluindo exame de score de cálcio quando indicado.
Manter sequência moderada de treinos e priorizar descanso.
Apostar em alimentação rica em antioxidantes para combater inflamação.
Atletas de elite devem fazer acompanhamento cardiológico mais frequente.
O que isso significa para seu treino?
O paradoxo ressalta que o excesso de exercício pode levar à formação de placas, mas a qualidade dessas placas e os efeitos positivos do treino reduzem o risco cardiovascular. Para a maior parte das pessoas, treinar com intensidade moderada continua sendo o caminho mais seguro e eficaz para proteger o coração.
Fontes utilizadas
- Coronary Plaque in Athletes – composição calcifica e score de cálcio
- Higher Physical Activity Linked With CAC Progression – análise de score e risco
Perfil oficial do especialista
Instagram do Dr. Túlio Sperb
https://www.instagram.com/dr.tuliosperb