O aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nas primeiras 24 semanas de 2025 tem chamado a atenção de profissionais de saúde e autoridades. O crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior reforça a necessidade de cuidados redobrados, especialmente com a chegada do inverno, época em que os vírus respiratórios costumam circular com maior intensidade. A concentração de pessoas em ambientes fechados e o clima frio contribuem para a propagação desses agentes infecciosos.
Entre os fatores que favorecem a transmissão de infecções respiratórias estão a proximidade entre indivíduos e a permanência em locais pouco ventilados. Gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar podem atingir superfícies, ou outras pessoas, facilitando o contágio. Além disso, o tempo seco e as baixas temperaturas irritam as vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis a vírus como o Influenza, que apresenta maior capacidade de replicação no frio.
Quais vírus respiratórios mais preocupam no inverno de 2025?
Durante o inverno, diversos vírus respiratórios circulam com mais frequência, elevando o risco de quadros graves. Entre eles, o vírus Influenza se destaca por sua alta transmissibilidade e impacto em grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Dados recentes apontam que, de todos os casos graves registrados em 2025, cerca de 27% foram causados por Influenza A ou B, com um aumento para mais de 40% entre maio e junho.
Outro agente relevante é o vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente perigoso para crianças pequenas, pois pode provocar bronquiolite e outras complicações pulmonares. O VSR foi responsável por 45,3% dos casos graves de infecção viral neste ano, sendo também um dos principais causadores de mortes entre menores de dois anos. Já o coronavírus mantém índices de letalidade elevados, mesmo com menor incidência entre os casos graves, principalmente em idosos.
Quais riscos a SRAG traz para a população?
A SRAG pode causar complicações sérias para a população, especialmente entre grupos considerados de risco, como idosos, gestantes, crianças pequenas, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos. Entre as principais consequências estão a insuficiência respiratória, necessidade de internação hospitalar e uso de ventilação mecânica, além de aumento da mortalidade. Em 2025, hospitais de diversas cidades relataram alta na ocupação de leitos devido ao agravamento das infecções respiratórias. O impacto também se reflete na sobrecarga do sistema de saúde, dificultando o atendimento de outros casos de urgência.

Qual o papel da vacinação na redução dos riscos?
A vacinação tem papel fundamental para atenuar os riscos das doenças respiratórias, reduzindo os casos graves, internamentos e mortes. Campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde e por órgãos estaduais e municipais buscam ampliar a conscientização e o acesso às vacinas, como as contra Influenza, COVID-19 e VSR. Estudos recentes demonstram que populações com alta cobertura vacinal apresentaram menor incidência de SRAG e letalidade. Por isso, especialistas reforçam a importância de as pessoas se vacinarem anualmente e seguirem as orientações das autoridades de saúde.
Como a vacinação pode ajudar a prevenir casos graves de SRAG?
A vacinação anual contra a gripe é considerada a principal estratégia para reduzir o número de casos graves e óbitos por Influenza. O imunizante oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra os principais subtipos do vírus, incluindo H1N1, H3N2 e Influenza B. No entanto, até junho de 2025, menos de 40% do público-alvo havia recebido a vacina, o que representa um desafio para o controle da doença.
Além da gripe, a vacinação contra a covid-19 permanece fundamental, já que o coronavírus ainda responde por uma parcela significativa das mortes por infecções respiratórias. Para o VSR, há vacinas disponíveis para idosos e gestantes em clínicas particulares, e o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da imunização para gestantes na rede pública a partir do segundo semestre deste ano. A ampliação da cobertura vacinal é essencial para proteger os grupos mais vulneráveis.
Quais medidas ajudam a evitar a transmissão de vírus respiratórios?
Além da vacinação, a adoção de medidas simples pode contribuir para a redução da circulação de vírus respiratórios. Entre as principais recomendações estão:
- Evitar aglomerações e ambientes fechados, especialmente durante surtos.
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel.
- Usar lenços descartáveis para higiene nasal e cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar.
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, copos e garrafas.
- Manter os ambientes ventilados sempre que possível.
- Evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas gripais.
Essas práticas, conhecidas como etiqueta respiratória, são eficazes para diminuir a propagação de agentes infecciosos. Além disso, manter uma alimentação equilibrada, hidratação adequada e repouso pode ajudar o organismo a se recuperar mais rapidamente em caso de infecção.
O cenário atual reforça a importância da prevenção e do acompanhamento das informações divulgadas por órgãos de saúde. O monitoramento constante dos dados epidemiológicos e a adesão às campanhas de vacinação são fundamentais para enfrentar o aumento dos casos de SRAG e proteger a população durante o inverno de 2025.