A gordura visceral, aquela que se acumula ao redor de órgãos internos, merece atenção desde o momento em que é detectada. Segundo o Dr. Paulo Muzy, médico especialista em ortopedia, traumatologia e medicina esportiva, o simples diagnóstico por exame de imagem já indica que algo precisa ser tratado. Ele alerta: “É preocupante assim que você a vê na ressonância”.
O médico explica que, em especial, a chamada gordura visceral epigástrica, quando alta no abdômen, eleva o risco de doenças cardiovasculares — mais ainda nos homens, que têm maior vulnerabilidade nesse sistema. Essa camada de gordura desempenha função ativa nos processos inflamatórios, frequência cardíaca e função vascular.
Qual é o nível de gordura visceral que exige atenção?
Dr. Muzy afirma que qualquer sinal de gordura visceral em exame de ressonância deve ser considerado um alerta. “Se ela está lá, já está ruim para você”, diz o médico. Ele destaca que não existe um número exato, pois a quantidade visível já indica que o organismo está acumulando gordura de risco.
Porém, o nível fica particularmente preocupante quando a região epigástrica (parte alta do abdômen) aparece inchada. Esse sinal manifesta o chamado “alto estômago”, que pode ser identificado por quem não sofre de gastrite e apresenta o abdômen elevado e rígido.
Por que a gordura epigástrica é um perigo para o coração?
Essa porção de gordura se localiza próxima ao fígado, pâncreas e grandes vasos, liberando substâncias inflamatórias que afetam diretamente o metabolismo. Dr. Muzy enfatiza que homens com essa distribuição de gordura visceral têm maior risco de pressão alta, níveis elevados de glicose e alterações no perfil lipídico.
Em consequência, o risco de infarto, AVC e arritmias aumenta, reforçando a necessidade de intervenção precoce. Esse tipo de gordura age como um órgão endócrino, influenciando negativamente todo o sistema cardiovascular.
Como saber se você tem gordura visceral elevada?
Existem alguns sinais que podem indicar acúmulo desse tipo de gordura:
- Abdômen elevado, arredondado e rígido, principalmente na parte alta
- Exame de imagem, como ressonância ou tomografia, mostrando camada de gordura ao redor dos órgãos
- Medidas de circunferência abdominal superiores a 102 cm em homens e 88 cm em mulheres (valores de referência da Organização Mundial da Saúde)
No entanto, a confirmação só ocorre por meio de exame de imagem. Dr. Muzy recomenda que quem percebe esses sinais converse com seu médico para solicitar exame e entender o risco real.
Quais medidas ajudam a reduzir a gordura visceral?
Dieta com déficit calórico: priorizar proteína magra, vegetais, frutas e gorduras boas ajuda a reduzir o peso corporal — o que diminui a gordura visceral.

Exercícios físicos regulares: a combinação de musculação e treino aeróbico promove perda de gordura e melhora do metabolismo — especialmente eficaz para reduzir a visceral.
Sono adequado e controle de estresse: falta de sono e estresse elevado aumentam cortisol, hormônio que favorece o armazenamento de gordura abdominal.
Dr. Muzy destaca que essas ações promovem redução da gordura visceral, alívio da inflamação e melhoria da saúde cardiovascular ao longo do tempo.
Quando procurar ajuda médica e como monitorar os resultados?
A recomendação é buscar avaliação médica ao identificar sinais de gordura visceral — como o abdômen elevado — ou ao perceber fatores de risco (hipertensão, colesterol alterado, histórico familiar). O acompanhamento pode incluir exames laboratoriais, monitoramento da circunferência abdominal e exames de imagem periódicos.
A adesão a mudanças no estilo de vida deve ser acompanhada por profissionais para monitorar a redução da gordura visceral visível e rastrear melhorias nos marcadores metabólicos.
Fontes oficiais utilizadas neste artigo
Organização Mundial da Saúde – Sobre distribuição de gordura corporal e riscos: https://www.who.int
Harvard T.H. Chan School of Public Health – Visceral fat and chronic disease: https://www.hsph.harvard.edu
Journal of the American College of Cardiology – Visceral adiposity and cardiovascular risk: https://www.jacc.org
International Journal of Obesity – Abdominal fat measurement and health outcomes: https://www.nature.com/ijo
Instagram oficial do especialista: https://www.instagram.com/paulomuzy