Nos últimos anos, a saúde mental dos jovens tem recebido atenção crescente em diversos países, inclusive no Brasil. O aumento de casos de depressão e ansiedade entre adolescentes e adultos jovens tem sido apontado por estudos recentes, levantando preocupações entre profissionais da área e familiares. Fatores como mudanças sociais, pressões acadêmicas e uso intenso de tecnologia são frequentemente citados como possíveis influências nesse cenário.
Dados de institutos de pesquisa indicam que a prevalência de transtornos mentais graves, como a depressão, cresceu de forma significativa entre pessoas de 15 a 25 anos na última década. Além disso, observa-se que muitos jovens ainda enfrentam dificuldades para buscar apoio especializado, seja por estigma, falta de informação ou acesso limitado aos serviços de saúde mental.
Quais são os principais sinais de alerta para problemas de saúde mental?
Identificar sinais precoces de transtornos mentais pode ser fundamental para garantir um acompanhamento adequado. Entre os sintomas mais comuns da depressão estão a perda de interesse por atividades antes prazerosas, isolamento social, irritabilidade e sensação persistente de vazio ou tristeza. Mudanças no sono, apetite e desempenho escolar ou profissional também podem indicar a necessidade de atenção.
Além dos sintomas emocionais, a depressão pode se manifestar por meio de alterações físicas e cognitivas. Dificuldade de concentração, tomada de decisões e até mesmo lentidão no pensamento ou na fala são observados em muitos casos. Em situações mais graves, pensamentos autodepreciativos ou ideias de autolesão podem surgir, exigindo intervenção imediata.

Como reconhecer frases e comportamentos associados à depressão?
O reconhecimento de padrões de fala e comportamento pode ajudar familiares e amigos a identificar quando alguém está enfrentando um episódio depressivo. Algumas frases frequentemente associadas à depressão incluem:
- Autoculpa: “A culpa é minha.”
- Sensação de incapacidade: “Não consigo fazer nada direito.”
- Generalizações negativas: “Sempre erro.” ou “Nunca faço nada certo.”
- Cansaço extremo: “Estou exausto.”
- Isolamento: “Prefiro ficar sozinho.”
- Arrependimento: “Eu deveria ter feito diferente.”
Além dessas expressões, é comum que pessoas em sofrimento relatem sentir-se desvalorizadas ou invisíveis, com frases como “Ninguém se importa comigo” ou “Não sou importante para ninguém”. A apatia diante de atividades que antes eram motivo de alegria também pode ser um indicativo relevante.
O consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos aumentou?
Nos últimos anos, o uso de ansiolíticos e antidepressivos entre jovens e adultos apresentou crescimento expressivo. Entre 2005 e 2022, por exemplo, o consumo desses medicamentos quase triplicou em alguns países, refletindo tanto o aumento dos diagnósticos quanto a busca por tratamento. No entanto, estima-se que apenas pouco mais da metade das pessoas que sofrem com transtornos mentais procura atendimento especializado, o que evidencia a necessidade de ampliar o acesso e reduzir o estigma.
Especialistas alertam para a importância de um acompanhamento profissional adequado, já que o uso indiscriminado de medicamentos pode trazer riscos. O tratamento da depressão e da ansiedade deve ser individualizado, envolvendo não apenas medicamentos, mas também psicoterapia e suporte social. Programas de educação em saúde mental em escolas e universidades também têm sido implementados em algumas regiões para conscientizar os jovens e facilitar o acesso a diferentes formas de apoio.
Como apoiar alguém que apresenta sinais de depressão?
O apoio de familiares e amigos pode ser decisivo para quem enfrenta um transtorno mental. Algumas atitudes recomendadas incluem:
- Observar mudanças de comportamento e humor.
- Oferecer escuta sem julgamentos, evitando frases como “poderia ser pior” ou “tenha coragem”.
- Incentivar a busca por ajuda profissional, como psicólogos ou psiquiatras.
- Manter contato regular, demonstrando preocupação e disponibilidade.
- Respeitar o tempo e o espaço da pessoa, sem pressionar para mudanças imediatas.
Reconhecer a importância da saúde mental e promover o diálogo aberto sobre o tema são passos essenciais para enfrentar o aumento dos casos de depressão e ansiedade entre jovens. O acesso à informação e a redução do estigma podem contribuir para que mais pessoas busquem o suporte necessário, favorecendo o bem-estar coletivo.